segunda-feira, 2 de julho de 2018

IFPB INAUGURA CAMPUS EM ITABAIANA COM A PRESENÇA DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO


O Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) inaugurou na última sexta-feira (29.06.18), a sua sede definitiva no município de Itabaiana (PB). O Campus Itabaiana funcionava desde 2015 em sede provisória, e a partir desta data, vai para as suas novas instalações que fica localizado às margens da PB 054 num terreno de 8 hectares, doado ao IFPB em setembro de 2013 pelo ex-prefeito Antônio Carlos.
A nova unidade possui cerca de 5.600 metros quadrados de área construída e conta com dois blocos, sendo um acadêmico com 3.600 metros, e um administrativo com 1.700 metros quadrados. Também está sendo entregue uma quadra, guarita de segurança e estacionamento. O Campus teve um investimento de mais de R$ 11 milhões de reais, e tem hoje 16 técnico-administrativos, 18 docentes e mais de 200 alunos divididos em quatro cursos técnicos: os Integrados ao Ensino Médio de Automação Industrial e Eletromecânica e os de Secretaria Escolar e Segurança do Trabalho na modalidade EAD.
A solenidade contou com a presença do ministro da Educação Rossieli Soares, do reitor do IFPB Nicácio Lopes, do senador José Maranhão (MDB), de deputados federais e estaduais, do ex-prefeito Antônio Carlos, do atual prefeito Dr. Lúcio Flávio (PSD), bem como dos prefeitos das cidades de Juripiranga e Mogeiro, além de líderes políticos e vereadores de Itabaiana, Salgado e da região. O poeta Jessie Quirino declamou textos de sua autoria, dentre eles o dialeto sertanejo acerca das horas.
Fez uso da palavra o diretor geral do Campus Itabaiana, Antonio Isaac Luna de Lacerda, que destacou a mudança de vida que o IFPB vem representando pra os estudantes, filhos de trabalhadores humildes da região. Já o deputado federal Benjamim Maranhão (MDB) falou sobre a oportunidade que o IFPB vem trazendo para todo o Vale do Paraíba. O deputado federal Efraim Filho (DEM) agradeceu ao reitor Nicácio Lopes e os diretores do IFPB pelos esforços para que o investimento se tornasse realidade. O deputado federal Marcondes Gadelha (PSC) falou sobre o papel da ciência e da tecnologia para a transformação social.
A aluna de Eletromecânica, Ster Batista de Lima, foi à escolhida para representar os demais estudantes, e começou sua fala lendo um poema do colega de curso, Lucas Rodrigues sobre a vivência das turmas pioneiras do IFPB Itabaiana, entre desafios e conquistas. “O IFPB age como um transformador de vidas. Me orgulho em ser aluna de uma instituição de ensino que mesmo em crise consegue entregar uma obra dessa. Espero um dia voltar a essa casa como pesquisadora para ajudar outros”, declarou a estudante de nível médio.
Dr. Lúcio prefeito de Itabaiana, disse que acompanha a instalação do IFPB desde os primeiros momentos que assumiu os destinos do município, e destacou a importância do Campus para a cidade que polariza outros 12 municípios, somando mais de 130 mil habitantes. “O IFPB é um divisor de águas em nossa história, teremos uma Itabaiana mais pujante daqui a alguns anos”, afirmou o prefeito.
O reitor Nicácio Lopes agradeceu a todos que colaboraram para a consolidação da obra do Campus, citando nominalmente cada um e pedindo uma salva de palma para cada nome falado. Já o senador José Maranhão falou sobre o descompasso tecnológico que o Brasil precisa vencer. Ele cumprimentou o reitor Nicácio “pela persistência de enfrentar desafios” e afirmou “se essas obras tivessem surgido há mais tempo não teríamos tantos problemas entre os jovens, pois sabemos que apenas 12 por cento chegam ao ensino superior”.
O último a falar foi o ministro da Educação Rossieli Soares, que afirmou que a inauguração do IFPB em Itabaiana era a obra mais importante na história da cidade. “O que vocês estão vivenciando aqui é para sempre na vida de Itabaiana, quantas centenas e milhares de jovens vão passar por aqui? O IFPB é um dos melhores Institutos que têm avançado com um trabalho de equipe”. O ministro elogiou o secretário de Educação da Paraíba, Aléssio Trindade, pela gestão educacional no Estado que tem servido de referência principalmente no Ensino Médio. “Esse campus do IFPB que entregamos é uma esperança, ainda vai fazer crescer muito a região, mas as paredes não são nada sem os professores”.
O ministro afirmou que é preciso colocar a educação na agenda de prioridade, independentemente de cores partidárias, e fez uma comparação entre o Brasil e outros países e disse: “Alemanha e Itália, cinquenta por cento das escolas são técnicas, aqui só chegamos a oito por cento. E o ensino técnico promove também educação humanista, incentiva pesquisadores, professores”, ressaltou o ministro que garantiu ainda R$ 1 milhão para equipamentos de laboratório para o Campus do IFPB em Itabaiana e se comprometeu a buscar parcerias na iniciativa privada junto às fábricas mais próximas.
Carlão Mélo texto e fotos













quarta-feira, 27 de junho de 2018

Nova Diretoria é Eleita no Memória


Foi eleita no dia 08 de Junho 2018 a nova diretoria do Memoria Viva, entidade não governamental mantenedora do Memorial da cidade e que vem a mais de dez anos desenvolvendo um trabalho de resgate da História da cidade bem como preservando a atual. Assim sendo, esta é a nova composição:

Presidente: Cinthia Cecilia
Vice Presidente: Débora Lins
1º secretario: Clevia Paz
2º secretario: Genilson Medeiros
1º tesoureiro: Luciano Marinho
2º tesoureiro: Margarete Bandeira
Diretor de Patrimônio: José Paulo
Diretor de Pesquisa e Extensão: Flaviano Batista
Diretor de Relações Publica e Promoção: Nathally Galvão
Conselho Fiscal: Telma Lopes
                            Adilson Adalberto
                            Geraldo Alves

Parabenizamos nossa companheira Margarete pela dedicação a frente da instituição e damos as boas vindas a nova presidente desejando sucesso aos projetos vindouros.

Baile de São Pedro

         Mais um São Pedro chegou e de novo me levou recordar um evento que no passado ficou, mas ele foi tão marcante que não me permito deixar de um pouco dele falar, vamos lembrar em versos que fica muito mais fácil da emoção nos pegar, e com certeza os amigos também irão recordar, vejam:







BAILE DE SÃO PEDRO.
O tempo passou
O baile acabou
Mas a eterna lembrança
Do baile ficou
Como o acordar de um sonho
Que não terminou
E nos leva junto
Pra onde ele for

São Pedro era o dia
Que tabaiana Clube aniversaria
Por isso o baile
Que se promovia
Era o maior evento
Que a cidade via
E em nossa mente
Jamais ficaria
Esquecido esse dia
Que era esperado
Com ansiedade
E muita alegria.
A beleza do baile
As damas faziam
A madrinha do clube
A ela cabia
Preparar com encanto
O palco da festa
Que naquele dia
Com muito glamour se realizaria
E parabéns ao Clube
O Publico daria.
Durante o baile
Lindas garotas complementariam
Com sua beleza e simpatia
Encantando o publico
Que as aplaudia
O desfile que elas
No salão fazia
E no final se escolhia
Qual seria a rainha
Que com sua beleza
O titulo ganharia.
O tempo passou
O baile acabou
Mas quem frequentou
Pode recordar
Ouvindo essa musica
Que nos leva lá
E fechem os olhos
Para escutar
Sinta a sensação
Como se ainda estivesse
No baile a dançar
Vale recordar

Lando Araujo.

Desabafo


Eu confesso e reconheço que falo demais, critico demais, reclamo demais quando escrevo sobre Itabaiana, mas tenho visto que muitos amigos compartilham desse meu sentimento e isso me provoca cada vez mais falar.
Falo sobre a historia de Itabaiana, seu sitio histórico quase que totalmente destruído e muitos até irrecuperáveis, falo sobre situações corriqueiras da cidade e de pessoas, mas tudo do passado, por isso apelo aos poderes municipais que não mais permitam destruir, conservem os que restam e, que se ligam a historia do município.
Itabaiana é histórica, tem registros escritos, mas não tem mais os locais físicos para apresentar quando descrevemos passagens da sua historia, isso é triste, e dói.
Itabaiana é , e sempre foi um Município cultural , não exagero quando digo que itabaianense tem talento, o que faltou, falta e precisa não mais faltar é incentivo com condições de despertar e resgatar no povo o interesse na exploração da cultura .
Tenho amigo, artista nato, foi gestou de itabaiana, mas justamente esse amigo foi um dos que mais afundou a cultura na cidade cedendo espaço do patrimônio do município que não poderia ter sido cedido, ouço muita gente dizer que foi um grande gestou para o povo, mas o preço foi muito alto para historia e para o sitio histórico do Município.
Esse desabafo é para dizer duas coisas:

1ª Vi uma proposta do amigo Sander Lee que se promova um evento em Itabaiana para que seus artistas, escritores, poetas, professores e a quem se interessar participar unam-se nunca grande bancada e apresentarem aos itabaianenses e, principalmente a sua juventude o valor da historia de sua cidade natal e, eu ainda acrescentaria como proposta que uma coletânea desse material gerasse, digamos , um livro onde fique registrado a historia de Itabaiana de seus personagens para gerações futuras como hoje lemos nas obras de Sabiniano Maia, José Lins do Regos, Arnaud Costa e tantos outros.
2ª Quero falar de Pilar, Itabaiana já foi Pilar, com certeza tudo que falo sobre cultura foi herdado de Pilar, fiquei encantado com o que vi na Semana Cultural José Lins do Rego, como foi bonito ver a preservação do seu sitio histórico por onde transitou a historia do Município, suas praças floridas e arborizadas, ver as apresentações da população em praça publica e as homenagens prestada aos pilarenses , parabéns Pilar, parabéns Antonio Costa, parabéns ao Prefeito. No próximo evento farei esforço para ver ao vivo.
Finalizo dizendo, Mãe e Filha têm que serem famosas e lindas sempre.
Vamos em frente.
Lando Araujo.

sábado, 2 de junho de 2018

Exposição "Feira de Mangaio".

A Associação Cultural Memória Viva - Memorial Itabaianense realizou, em 25 e 26 de maio de 2018, a exposição "Feira de Mangaio", que homenageou o aniversário de nascimento do singular e talentoso músico paraibano de Itabaiana (PB), Severino Dias de Oliveira, "Sivuca". 


Detalhe da exposição.

Agradecemos as presenças do Exmo.Sr. Prefeito Lúcio Flávio Costa e primeira dama Mônica Costa, presidente da Câmara  Pedro José da Silva e vereadores, poeta Orlando Otávio, maestro Luiz Carlos , poeta Jessier Quirino e sua esposa Enedina, demais artistas itabaianenses e visitantes.


A nossa gratidão vai igualmente para o sr. Luiz Antonio de Araújo Filho "Lula do Mangaio" que, gentilmente, nos cedeu os objetos expostos na mostra.

 



 

Fotos. 1. Jessier Quirino e Pedro José da Silva. 2. Sebastião Tavares de Oliveira "Babá", Sonia e Luciano Marinho. 3. Luciano Marinho e sua tábua de pirulitos. 4. Prefeito Lúcio Flávio e Mônica lendo o segundo número do jornal "O Memória".  5. Maestro Luís Carlos e poeta Orlando Otávio interpretando "Feira de Mangaio". 6. Telma e Tânia Lopes. 7. Luciano Marinho oferecendo pirulitos e Jessier e Enedina Quirino. 


quinta-feira, 24 de maio de 2018

Associação Cultura Memória Viva - Memorial Itabaianense festeja datas comemorativas de maio.

Candeeiros ou lamparinas das feiras de mangaio. Foto Margaret Bandeira.

Visita do Mestre Sivuca a Itabaiana nos anos de 1970, sendo entrevistado por Teresa Queiroga e Margaret Bandeira em jantar na residência de Zuquinha Tavares. Foto Wilson.


 A Associação Cultural Memória Viva – Memorial Itabaianense  comemora, em 26 de maio, os 127 anos de emancipação política da cidade e aniversário de nascimento do maestro, compositor, instrumentista e arranjador itabaianense Severino Dias de Oliveira “Sivuca”.

 Inspirada na mais gravada e admirada de suas canções, “Feira de Mangaio”, composta em parceria com Glorinha Gadelha, a Memória Viva realizará exposição alegre e popular dos produtos artesanais encontrados nessas feiras nordestinas.

 O local do evento será o Café Sivuca na Praça Epitácio Pessoa, nos dias 25 e 26 deste mês, a partir das 18 horas.

A Memória Viva registra, com orgulho, os 194 anos hoje, da Batalha do Riacho das Pedras, em Itabaiana (PB),  que ocorreu em 24 de maio de 1824, disputa entre separatistas e republicanos – Confederação do Equador -, estes últimos insatisfeitos com Dom Pedro I e desejosos de implantar uma república confederativa.

Parabéns Itabaiana, terra de tantos talentosos músicos, artistas plásticos, poetas, escritores e artesãos. Parabéns Itabaiana, de tanta história.


terça-feira, 27 de março de 2018

Falecimento





Noticiamos, com profundo pesar, o falecimento de Dona Didi, avó de Flaviano Batista Ferreira, historiador itabaianense e colaborador da Associação Cultural Memória Viva.

Os nossos sinceros pêsames à família. 

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Quem foi Sabiniano Maia








Quem foi Sabiniano Maia? ...



Por Antonio Costa*


Sabiniano Alves do Rêgo Maia nasceu no dia 7 de junho de 1903, na fazenda “Olho d’Água”, município de Itatuba, Pernambuco; filho de Maria José de Araújo Pedrosa e José Alves de Araújo do Rêgo. Em 1922, casou-se com Dª. Maria das Mercês Meireles Maia, nascendo dessa união cinco filhos: Letícia Maria, Maria Nícia, Maria Lúcia, Maria Gláucia e Maria Alécia. Faleceu em João Pessoa em 12 de abril de 1994.

Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade do Recife, em 1928. Iniciou sua carreira jurídica como Promotor ad hoc em Itabaiana, em 1924, depois, sucessivamente, ocupou os cargos de Delegado de Polícia de Itabaiana, Promotor Público de Urussanga (Santa Catarina), Procurador do Tribunal Regional do Trabalho, Juiz do Tribunal Regional Eleitoral e Assessor do DER. Na política, exerceu os mandatos de Prefeito de Mamanguape, Guarabira e Campina Grande; foi interventor de Sapé, 1981.

Foi Secretário do Interior e Justiça; Secretário de Educação e da Saúde; presidiu o Diretório Regional da Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Apesar de ter exercido os principais cargos no Estado, foi como escritor e historiador que Sabiniano Maia firmou o seu nome na Paraíba, através dos livros de crônicas, comentários, relatórios, enfim, uma diversificada bibliografia elogiada pela elite intelectual formada por nomes do conceito de Joaquim Inojosa, Epitácio Soares, Mons. Pedro Anísio, Carlos Romero, Luís Fernandes da Silva, Flávio Sátiro, entre outros de igual valor.

Era sócio da Associação Paraibana de Imprensa, membro da Academia de Poesia, sócio fundador do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica.

Títulos recebidos: Cidadão Guarabirense, Cidadão Benemérito de Itatuba, Cidadão Itabaianense, Cidadão Campinense.

Livros publicados: Itabaiana, sua história, suas memórias: 1500-1975, 1977; Caminhos da Paraíba, 1978; Do alto da serra (Discurso), 1979; No Vale do Mamanguape, 1981; Flavio Ribeiro Coutinho: História de uma vida e de uma época (1882/1963; Francisco Edward Aguiar (Biografia), 1982; Superstições: 1932-1935-1936, 1983; Em Santa Catarina: 1931, 1984;Tribunal Regional da Justiça Eleitoral do Estado da Paraíba: Pareceres 1934-1935-1936-1937, 1984; Crônicas e Comentários: 1917-1977, 1988; Sapé – sua história, suas memórias (1883-1985).

Sabiniano Maia ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano no dia 18 de março de 1972.

Referência Bebliográfica:

Maia, Sabiniano. Sapé – sua história, suas memórias (1883-1985), João Pessoa, 1985.

(*) Poeta e artista plástico.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Em 12.02.1965 morria o poeta itabaianense Zé da Luz




ZÉ DA LUZ

Por Amaury Vasconcelos (*)

Itabaiana viu nascer Severino Andrade da Silva, que escolheu o nome artístico DE Zé da Luz, indo sua existência de 29/03/1904 a 12/02/1965. Menino arrimo, responsável pela família, não quis ser fogueteiro, como seu pai morto tão cedo, e aprendeu o ofício de alfaiate, onde a mim próprio talhou-me o primeiro terno de caça comprida, entre nove e dez anos em Guarabira, em 1935, onde o conheci, em fraternal estima e mútua admiração intelectual, entre ele e meu pai Benvindo.

Menino ávido, assisti-o recitando os seus versos, em declamação perfeita, mímica, harmoniosa e precisa, caracterizado em calça e camisa de mescla ou em “brim da Polista”, como falam seus versos. Chapéu de couro indicava o matuto.

Seu recital era no Colégio Pedro Américo. E eu estático, admirado, envolvido no enleio dos seus versos que descreviam o panorama nordestino, em lirismo impecável. Ouvi meu pai apresentá-lo aos seus alunos e outros admiradores, exclamando: “Tu és, Oh! Zé Da Luz, um Bilac de chapéu de couro”. Sua passagem em Campina aproximou-o dos intelectuais, poetas, escritores, cantadores de feira, tais como, Antonio Telha, Lopes de Andrade, Cristino Pimentel, José Pedrosa, apresentando-se em recitais, inclusive radiofônicos.

Pelo seu sucesso em Campina, apoiou-o Argemiro de Figueiredo, fazendo-o publicar pelo A União a primeira edição de “Brasi Cabôco”. Repetindo-se até a 6ª. Edição, entre elas pelo O Cruzeiro e a Acauã, esta com a 4ª. Edição de “O Sertão em Carne e Osso”. Daí, já lhe consagraram Manuel Bandeira, Zé Lins do Rego, Mário Poppe em crônica na mais popular revista do Brasil “Fon-Fon”, onde diz: “Depois de Catulo da Paixão Cearense não conhecemos outro versejador sertanejo mais interessante”; Eudes Barros, afirmando: “Não há nada de artificial, de falso, de literato nos versos de Zé da Luz. É um livro de carne e osso. Um livro que vive. Um livro humano”.

Elogiaram-no ainda neste início, Padre Manoel Otaviano, Euclydes Cezar, areiense brilhando em Fortaleza, e dizendo: “Revelasse-nos um admirável psicólogo ao aprofundar os segredos insondáveis da alma humana, sem nunca ter lido Pascal”.

Que pena, falta-nos espaço, mas é impossível ocultar o que dele disse Ronaldo Cunha Lima no seu discurso de Posse na Academia de Letras de Campina Grande, hoje, Casa Amaury Vasconcelos, tendo-o como patrono:

“Zé da Luz é um patrimônio da cultura popular e elemento integrante do nosso folclore, da nossa tradição, da nossa literatura. Através de seus poemas, ele eternizou a essência de um povo, sua alma, seu sangue, seus sentimentos. Soube cantar e decantar a terra e sua gente, a alegria e a dor com aquela significação de grandiosidade telúrica que José Lins do Rego exaltou e que Manuel Bandeira enalteceu pela autenticidade radiosa do poeta paraibano. Zé da Luz, como poeta popular semeou e espargiu seu enorme talento sobre as forças da verdade subjacentes que compõem o aspecto fisionômico da história social de nossa região”.

Para finalizar, contudo, o que dele disse em prefácio, o sempre e imortal seu quase conterrâneo Zé Lins do Rego, aquele que imortalizou as margens do Paraíba, enlanguecido no caminho lento para o mar, ao som da brisa farfalhante de seus canaviais, descrevendo tipos, cópias vivas e imortais de estátuas humanas, cujos destinos se vinculavam à terra, soterrados na desigualdade  da burguesia açucareira, ou em seus dramas íntimos, tão bem romanceados e bem copiados do real, brincando ele o beletrista com a ficção.

Infeliz da terra que tem o filho imortal e não valoriza a sua vida e obra, no caso, na perfeição rítmica do verso, alma viva de um Brasil Caboclo, verdadeiramente em Sertão Bravo, tão em Carne e Osso.

(*)Escritor, historiador e poeta paraibano.