sexta-feira, 30 de maio de 2014

Joaquim Inojosa e Itabaiana.





























No acervo da Memória Viva está catalogado o livro “Diário de um Estudante – 1920 – 1921” do jornalista, escritor e advogado Joaquim Inojosa, que nasceu em Pernambuco e morou em Itabaiana de 1918 a 1922. Foi  colaborador do jornal “A Notícia” e do jornal falado “A Palavra”, participando ativamente da vida cultural ao lado de Zuza Ferreira e Sabiniano Maia. O prefeito Manoel Joaquim de Araújo e o chefe político Flávio Ribeiro Coutinho foram seus amigos políticos.

O escritor reserva parte do seu livro, em forma de diário, para narrar acontecimentos  e costumes daquela época em Itabaiana, assim descrevendo uma noite de chuva na Rainha do Vale da Paraíba:

        “26 de março de 1920.
        Tem chovido muito.
        A Natureza prodigaliza bênçãos. Desesperados como estávamos pela
        inclemência atordoadora do sol, sentimo-nos rejuvenescidos ao remoçar
        espontâneo dos elementos.
        É uma festa contínua...
        Os trovões ribombam numa sarabanda ininterrupta de dança macabra...
        Os relâmpagos perpassam como centelhas de olhos divinos a espreitarem
        o mundo...
        O vento fustiga pelas janelas e telhados avisando ao povo da
        alegria que domina a Natureza...
        A água, despenhada em blocos, cai em gotas miriádicas e reúne-se
        à terra para, solidária, moleculada, seguir seu destino, a sua eterna metamorfose.
       As árvores calam-se,  soturnam-se, respondendo apenas ao perpassar
       de Éolo; e os passarinhos emudecem, aninham-se para adormecerem.
       Fecham-se as portas; adormece a cidade.”

Intelectual consagrado nacionalmente, Inojosa participou da Semana de Arte Moderna de 1922 ao lado de Mário e Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral e, em Recife, deu início às ideias modernistas, opondo-se ao regionalista Gilberto Freyre. Escreveu os livros “O Movimento Modernista em Pernambuco”, No Pomar Vizinho, Um Movimento Imaginário, Carro Alegórico e Pá de Cal, além de uma infinidade de matérias de jornais e revistas, relatos e cartas.


sábado, 24 de maio de 2014

Hoje 24 de Maio, 100 anos do coreto de Itabaiana.













Em 1914 Itabaiana recebe o seu Jardim e o seu Coreto, importado diretamente da Inglaterra, pela prefeitura. Ainda hoje, lá está a seguinte placa, encravada nas suas paredes de contorno:

"Na administração do Prefeito Cel. Manoel Pereira Borges. Começado em Novembro de 1913 - inaugurado 24 de maio de 1914."

Na base de uma de suas colunas de ferro acham-se gravados os seguintes dizeres:
"Pereira da Silva & Cia - 38 St Naay AT Hill - London E.C"

Festança de alto coturno, a maior, diziam os de lá, nas três primeiras décadas do século. Da capital chegaram em trem especial a Escola de Aprendizes de Marinheiro, famílias e autoridades. Descendo da composição férrea os Drs Rodrigues de Carvalho, José Américo de Almeida e Alfeu Domingos, representando o Presidente do Estado. 

Recebeu-os o "Comitê de Recepção": Nô borges, prefeito; Dr. Manoel Paiva, promotor; Padre Filete, o vigário; Dr José Jurema, advogado; Prof Maciel, do INSC; e Heráclito, o chefe político.

Na Praça houve a inauguração dos melhoramentos: jardim e coreto. Primeiro a missa campal, com o altar armado no coreto, seguindo-se plantio de árvore, discursos e recitativos. Presentes a banda de música, o povo e escolares, formando estes legiões: trezentos, quatrocentos, talvez. 

Deslocados todos a Rua Mons. Walfredo Leal, ali assistiram evoluções de ginásticas pelos aprendizes de marinheiros, comandados pelo capitão tenente Durval Guimarães.

Encerrando as solenidades da manhã, a Prefeitura banqueteou os convidados e autoridades, sendo nessa ocasião prestada homenagem a Francisco Resende de Melo, o ex-prefeito que plantou a primeira árvore em Itabaiana, no ano de 1905.

A tarde, no Conselho Municipal, falaram o dr. Barreto Campelo, advogado recifense, ali residindo temporariamente e o dr. José Américo de Almeida, então procurador Geral do Estado, que leu a conferência sobre "A Arvore".

A noite, na praça recém urbanizada travaram-se as batalhas de confeti e lança-perfume, acompanhadas pela retreta.

A tudo, a toda essa festança, assisti nos meu dez anos feitos, formando nas fileiras do Instituto N. S. do Carmo, garbosamente postado ao lado do coreto.

Sabiniano Maia, Itabaiana - Sua História - Suas Memórias - 1500 - 1976.

24 de maio de 2014. 190 anos da Batalha do Riacho das Pedras




O envolvimento da Paraíba no movimento revolucionário entre separatistas e republicanos, em 1824, resultou na Batalha do Riacho das Pedras em Itabaiana, na Paraíba, que a cidade comemora no dia 24 de maio.

Dom Pedro I, insatisfeito com a junta que governava Pernambuco através do seu presidente Manoel de Carvalho, nomeou Francisco Paes Barreto e dissolveu a assembléia constituinte em novembro de 1823.

Com a dissolução da assembléia os deputados retornaram às suas províncias, a Paraíba representada por Joaquim Manoel Carneiro da Cunha, José da Cruz Gouveia e Augusto Xavier de Carvalho e uma agitação, iniciada em Pernambuco, se espalhou pelo Rio Grande do Norte e Paraíba.

Junto a esses revoltosos, ansiosos por implantar uma a república confederativa, estavam Frei Caneca e Felix Antonio Ferreira de Albuquerque, expoentes desse movimento que denominaram de Confederação do Equador.

Na Paraíba destacaram-se as cidades de Itabaiana, Pilar, São Miguel, Vila Nova da Rainha e Vila Real do Brejo de Areia, envolvidas ativamente.

Os atos absolutistas do Imperador, e as nomeações para Presidentes das Províncias de Pernambuco e da Paraíba, respectivamente, Francisco Paes Barreto e Felipe Neri foram repudiados pelos republicanos.

A situação foi se agravando e Félix Antonio partiu com sua tropa de Areia para Itabaiana ao encontro de reforços que viriam de Pernambuco, enquanto que o governo da Paraíba enviou forças sob o comando do Coronel Estevam José Carneiro da Cunha para conter os revolucionários.

Foi então que, em 24 de maio de 1824,  tropas e cidadãos separatistas e republicanos se encontraram no Riacho das Pedras, tendo sido deflagrada a que é considerada “uma das maiores batalhas travadas em solo paraibano e talvez a mais importante da Confederação do Equador”.




quarta-feira, 14 de maio de 2014

Fotografia e Memória XV

                       
Grupo do Colégio Dom Bosco em 1955. O diretor Padre João Gomes da Costa, professora Carminha Bione e os alunos identificados: Joãozito Amâncio, Daminha Rodrigues, Socorro Amâncio, Zezinho Porfírio, Genival Vieira da Rocha, Murilo Trajano, Eugênia Cavalcanti, Inaldo Bezerra (Naná)
                          e as irmãs Almair e Aldair Suassuna.