terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Itabaiana e o Modernismo



Comemoram-se os 90 anos da Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo, em 1922, que influenciou o desenvolvimento cultural do Brasil nos anos seguintes. 

De certa forma Itabaiana participou desse movimento. Em 1938, o escritor Mário de Andrade, um dos líderes da Semana, quando exercia o cargo de Diretor do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo, organizou uma Missão de Pesquisas Folclóricas que percorreu o norte e nordeste do país para observar manifestações populares, coletar e gravar músicas regionais. Membros da Missão visitaram algumas cidades da Paraíba, entre elas Itabaiana, onde registraram várias cantigas locais.

As músicas gravadas em Itabaiana fazem parte de seis CDs. São cantos de pedintes, aboios, cocos, toadas dos caboclinhos e outras.  Podem ser ouvidas no seguinte endereço: http://discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/consulta/detalhe.php?Id_Disco=DI05560

Lembro-me bem dos blocos dos caboclinhos desfilando no carnaval pelas ruas da cidade ao som das batidas ritmadas. Existem ainda esses grupos? E as outras manifestações?

Colaboração de Luiz Antonio Gonçalves da Silva




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Memórias do Carnaval Itabaianense ( X )


Que bom rever fotos do carnavais dos anos 60 e 70, tenho algumas fotos pessoal quando era um jovem descomprometido.
Numa  estou com Valdecira e Evani Medeiros, na outra com Osmar, Emir, João Wilson.
 Orlando Araújo

Memórias do Carnaval Itabaianense ( IX )




Ator Giuseppe Marcello Mastrângelo e sua irmã Maria do Socorro Dias Classe > nos anos 70 em Itabaiana (pb). Um tempo de paz, felicidade e bençãos de Deus. Giuseppe
 

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Memórias do Carnaval Itabaianense (VIII). Momentos do Carnaval na gestão Prefeito Antonio Batista Santiago (1972/1976)


Baile de Carnaval no Itabaiana Club da Av. Pres.João Pessoa em 1972. Prefeito Antonio Santiago, Roseane, Belarmino e Rosita Jesset.


Itabaiana Club, 1972, baile de carnaval na gestão Antonio Batista Santiago. Dona Rosita Malta Jesset,Prefeito Antonio Santiago, Arnaldo Coelho Pereira e filha.


  Premiação das agremiações e blocos carnavalescos no governo do Prefeito Antonio Santiago (1972/1976). Folião e integrante da comissão do carnaval Arnaud Costa, radialista Ivo Severo, vice-prefeito José Bandeira, músico Major Zezé, prefeito Antonio Santiago, comerciante Nicó Petronilo.






Outro flagrante do carnaval de rua. O Sr. João Dias entrega prêmio à uma das tribos indígenas vencedoras, nas presenças de Moacir Pereira de Souza, Ivo Severo, Arnaud Costa, Dr. Antonio Santiago e Mário Nascimento.

 Itabaiana Club, carnaval de 1972. Aglair da Silva, Dona Dida, Terezinha, Nicó Moura e Dona Olindina Carvalho. 

 Carnaval de 1973, Itabaiana Club antigo. Turma de garotas da época fantasiadas de havaianas. Betinha Rocha, Zoraida Medeiros, Lourdinha Silva, Teresa Cristina Aguiar, Glória Silva, Cecinha Silva, Margaret Bandeira, Deinha Silva, Helena Almeida, Josete Trajano, Ângela Medeiros, Gerusa Lucena e Tarcísia Coutinho.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Memórias do Carnaval Itabaianense (VII)


Carnaval de Rua em Itabaiana 1940/1950. Vemos um casamento, virgens, cangaceiro, banda de música. Visualizamos Zuquinha Tavares e Zé Aguiar.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Valeu Mocinha.!!!!


Mais uma vez a grande foliã Mocinha Petronilo lutou muito para colocar nas ruas de Itabaiana o Zé Pereira, tradição dos antigos carnavais. Desta vez o Zé Pereira trouxe sua namorada a Maria Pereirinha, que Mocinha foi buscar em Olinda., além de providenciar detalhes de roupas, carros e tudo o que ela pode conseguir apenas com o seu esforço e poucos recursos.

Soube que críticas estão sendo feitas ao bloco de Zé Pereira por ter sido acompanhado por "paredões" tocando "pancadões".  Mas esse não é o gosto musical do momento? Não é o que a moçada escuta? É pancadão no Carnaval, no São João e no Natal. E investem muitos mil reais para equiparem seus veículos com essa quantidade de decibéis inúteis e de péssima qualidade.

Infelizmente, Mocinha, o seu Zé Pereira não pode sair com uma boa orquestra tocando "Vassourinhas", músicas de Capiba ou de Nelson Ferreira. Mas, valeu o seu enorme esforço para trazer o carnaval tradição às ruas de nossa Itabaiana. Valeu mesmo!!





quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Memórias do Carnaval Itabaianense (VI). O carnaval do Dr. Odon de Sá Cavalcanti.





 A tradicional feira de Itabaiana nas terças-feiras já existia desde o século XIX, quando do apogeu da feira de gado e, no mesmo dia da semana, continuou até hoje. Feira grande e movimentada por nativos e visitantes das cidades circunvizinhas, perdurava até as 16 horas. Nela vendia-se de tudo: carne, peixe, frutas, legumes, inhame,batata e macaxeira. Sapatos, bijuterias e roupas. De madeira, mesas, petisqueiros, tamboretes, porta-toalhas, porta-escovas. Nos bancos de mangaios, ratoeiras, pilões, vassouras, arreios, candeeiros, “balinheiras”.

Nas terças de carnaval dos anos 1950, tudo acontecia diferente. Comprava-se muito pouco. Os feirantes voltavam cedo para suas cidades e sítios com as sobras de suas mercadorias. Uma energia carnavalesca circulava por toda a feira. Era a terça do mela-mela.

Cidadão calmo e caseiro, o Dr. Odon de Sá era folião dessas terças-feiras. Pela manhã logo cedo saía de Guarita com Dona Dolores e uma munição completa de talco, trigo ou amido de milho debaixo do braço. Chegava à casa de Zé Bandeira e dizia: 
 - Bandeira,  tenho um assunto sério para falar com você. 

Já sabendo do que se tratava, Zé Bandeira se escondia do amigo, mas acabava participando da brincadeira. De lá iam para a feira e o mela-mela continuava na padaria de Zé Mário, na Casa Almeida do Sr. Antonio Ameida,  e nas lojas de outros amigos.

Assim se divertiu o Doutor Odon no carnaval por muitos anos. Nas terças-feiras do mela-mela.

Dessa forma  a feira terminava.  Com todos, que por ela passavam, sujos de trigo e cheirosos aos talcos Regina, Alfazema ou Eucalol.

Memórias do Carnaval Itabaianense ( V )

        
     Anos de 1950 no Itabaiana Club antigo. Zequinha e Beta Bandeira, Almir e Zequinha Fonseca, Yvon e Miriam Rabelo, Orlando e Hilda Araújo. Blusas de cetim vermelho, saias de filó com aplicações de rosas coloridas também em cetim,  sandálias douradas. Lança-perfume Rodouro. Residência de Miriam e Yvon Rabelo.

               . Zequinha e Beta Bandeira, Zé Mário e Leninha Pacheco, Cazuzinha e Sans-Gêne Oliveira, Luiz e Nair Ramos. Anos de 1950. Lindas fantasias rosa goiaba e preto, costuradas pelas próprias foliãs na residência de Nair Ramos. No clube, decoração simples em papel, malandros, turcos, chinesas, Rei Momo. Grandes bailes animaram os carnavais do Itabaiana Club antigo, na Av. Pres. João Pessoa.

Dona Biu, uma foliã de 105 anos.




Severina Leonardo de Barros nasceu em Alagoa Grande, Paraíba, em 20 de maio de 1906. Ainda adolescente veio morar em Itabaiana. Aos 14 anos gostou de um rapaz, namoro não aceito pelo seu pai, e por isso fugiu em cima de um caminhão. Ainda hoje Dona Biu faz caretas quando lembra da oposição do seu pai e sorri de alegria com as recordações do consentimento da mãe. Casou-se com esse rapaz e, com ele, trabalhou na agricultura. Mora em companhia de uma neta e bisnetos no bairro do Botafogo.

A alegria de Dona Biu é contagiante. Os seus lindos olhos azuis brilham de alegria quando vê Biu do Vasco,  presidente da Escola de Samba Imperatriz, onde ela brinca na Ala das Baianas desde a sua fundação, há quase 30 anos. E pergunta:
- Biu, o Zé Pereira vai sair?
- Vai Dona Biu, Mocinha já está na luta. Responde Biu do Vasco.

Com a saúde abalada e precisando de ajuda para caminhar por muito tempo, faz cara feia quando sua neta lhe diz que este ano ela vai apenas "olhar" o desfile.
- Olhar não! Responde com força. 
- Eu vou dançar! Olhar não tem graça. Vou brincar na Imperatriz e no Zé Pereira. O carnaval é tudo na minha vida.

Dona Biu tem o samba e o frevo no sangue, e uma alegria que certamente a fez viver todos esses anos. 105 anos bem vividos.