terça-feira, 31 de dezembro de 2013

2014

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 22 de dezembro de 2013

O Bar. Poema de F. Mozart


O BAR

Conheci um bar que não existe,
um bar que fica numa rua triste,
em um subúrbio que ainda persiste,
onde a simplicidade subsiste
e na fachada, escrito em cima que é um bar.

Nesse bar o vencido ainda resiste
e a felicidade só consiste
em cantar velhas canções de copo em riste
à energúmena grei do ébrio triste
que já morreu e esqueceram de enterrar.

Conheci um homem nesse bar
coberto com um pano de mortalha
enchendo seu encéfalo canalha
esbandalhando sua mente falha
mourejando nessa ânsia de encontrar

no espelho em frente sua verdadeira cara
entre uma clara e outra escura,
em meio à ilógica contextura
de sua própria e fiel loucura.
Com uma cara ele enfim se acha,
com a outra cara ele se procura.


F. Mozart

                                                                                       


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Visita do filho do prefeito Sebastião Rodrigues do Nascimento

A Câmara Municipal e a Secretaria de Cultura de Itabaiana receberam a visita do sr. José Mário Correia Rodrigues. Ele é filho de Sebastião Rodrigues do Nascimento, prefeito de Itabaiana no período de 08.03.1947 a 08.11.47, correspondente ao 26º Período, em que o Prefeito era escolhido por um Conselho Municipal. O Sr. Sebastião nasceu em Itabaiana, era casado com Dona Maria José Correia Rodrigues e foi comerciante de calçados. O ex-prefeito faleceu em 12.08.1990.
      
Vereador Wellingson Chaves, Presidente da Câmara, o sr. José Mário, sua esposa e
Luciano Marinho, Secretário de Cultura, exibem a fotografia do ex-prefeito.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

15 de Outubro - Dia do Professor


Parabéns a todas as professoras e professores de Itabaiana por este dia a eles dedicado. Homenageamos, em especial,
nossas grandes educadoras por várias gerações de itabaianenses: Teresa Queiroga, Marieta Medeiros,
Nini Paes e Nicinha de Zé Borracha.

                          

sábado, 12 de outubro de 2013

Teatro de Bonecos em Itabaiana


 O projeto “Benedito e João Redondo pelas Ruas da Cidade” é realizado pela Cia Boca de Cena, criada em 1996, com o objetivo principal de difundir a arte de bonecos na Paraíba através de espetáculos pelas ruas das cidades. Por meio do grupo é desenvolvido um diálogo cultural entre tradições e contemporaneidade, onde conhecimentos tradicionais de mestres da cultura popular e novas técnicas do teatro de bonecos se misturam, proporcionando um show de tecnologia, cultura e irreverência.

 Esse projeto está de volta, levando belos espetáculos gratuitos pelas ruas das cidades e em Itabaiana numa parceria do Governo do Estado, Prefeitura Municipal e Secretaria de Cultura por meio do Secretário Luciano Marinho o espetáculo estará sendo exibido nos dias 23 e 24 de novembro na Praça Epitácio Pessoa as 19h00min horas um espetáculo para todos os gostos e idades resgatando a cultura popular e o lirismo.


 Socorro Almeida/ASCOM – Prefeitura Municipal de Itabaiana

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Benedito e João Redondo visitam a terra de Chico do Doce

Os da minha geração conheceram Chico do Doce, um artista popular que brincava como palhaço de pastoril e mestre do babau, o teatro popular de bonecos. Fui seu companheiro de trabalho na ferrovia e parceiro na tenda do babau. Com ele aprendi a construir o boneco com madeira de mulungu ou papel machê. Também fui devidamente instruído na arte de levar a vida na valsa, brincando, que Chico do Doce não ligava a mínima pelo fato de ser negro, pobre e sem escolaridade numa terra de preconceitos arraigados. Seu mundo de fantasia casava com a invenção do babau, com o negro Benedito metendo a peia em soldado de polícia e vaqueiro chaleira de patrão malvado. Nas histórias criadas pelo mestre para seus bonecos, o humilde sempre vencia.

Na mala de bonecos do Chico, cabiam seus atavios de artista do povo e seu amor forte pela cultura nordestina. Adepto do candomblé, nas sextas-feiras andava de branco, gozando ele mesmo com sua indumentária: “Rico vestido de branco é doutor; pobre de branco é macumbeiro”. Jamais vi Chico do Doce triste. A emoção e o alumbramento de apresentar suas figuras na tenda, o prazer de cantar e dançar no palco do pastoril profano, tocar suas toadas no banjo e bater o pandeiro, isso o que dava sentido à vida do meu compadre Chico do Doce. Na ferrovia, não se interessava muito em aprender o ofício. Passou mais de trinta anos como manobrador de trem, sem jamais chegar ao posto de chefe de manobras. Malandro, se fazia de burro pra ficar só com as tarefas mais fáceis.

Depois que Chico do Doce passou para o andar de cima, acabou-se a sessão de babau na centenária Itabaiana do Norte. Era um poeta sem escrever versos, porque todo artista é, na verdade, poeta dentro do seu universo criativo. O humilde trabalho de Chico do Doce despertava emoção, enlevo, sentimento de beleza, apreciação estética. Não deixou sucessores. Agora, eu digo com o poeta Gil Messias; “velemos com zelo pelo poeta, porque a poesia não está no mundo, nem nas coisas, nem nas palavras; a poesia, na verdade, está mesmo é no peito do poeta”.

Tudo isso para dizer que nos dias 23 e 24 de novembro, na Praça Epitácio Pessoa, o projeto “Benedito e João Redondo” vai armar sua tenda na terra de Chico do Doce para apresentação do babau, com a Cia. Boca de Cena. Agora, notem como é que está nosso registro histórico da arte itabaianense: em 2012, o projeto visitou oito cidades onde já haviam sido identificados brincantes do babau. Itabaiana não entrou nesse mapa, porque ninguém conhece o trabalho de Chico do Doce e Mala Véia, outro bonequeiro local. No meu livro “Artistas de Itabaiana”, faço esse registro. A arte popular do teatro de bonecos teve no itabaianense Chico do Doce um dos meus maiores mestres na Paraíba e quase ninguém sabe disso.


sábado, 20 de julho de 2013

Escritores de Itabaiana lançam livros no Festival de Arte de Areia


















                  Fábio Mozart                                                                                   Orlando Otávio


O poeta Orlando Otávio e o jornalista Fábio Mozart foram convidados para participar  do Festival de Artes de Areia, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba, no dia 31 de julho, ocasião em que lançarão seus livros. O Festival contará com feiras de livros, lançamento de obras, seminários, debates, palestras e oficinas, sempre com a participação de autores e especialistas em literatura no estado. “O Festival dará atenção especial à literatura e, embora haja lançamentos previamente agendados, todo e qualquer autor que deseje expor seu trabalho será bem recebido”, esclareceu José Octávio de Arruda Melo, do setor de Literatura da Secretaria.

Orlando Otávio é poeta e compositor, e fará o relançamento do seu livro “Itabaiana, seus valores e seus amores”. Fábio Mozart lançará o cordel “Biu Pacatuba, um herói do nosso tempo”, ganhador do Prêmio Patativa de Assaré do Ministério da Cultura em 2011. “Vamos ter a oportunidade de difundir nossas obras, promovendo o incentivo à leitura e participando ativamente do Festival”, disse Mozart.


Em 2013, o festival homenageia o Universo Feminino, sendo selecionadas, preferencialmente, as propostas que se relacionem com essa temática. O 14º Festival de Artes de Areia acontece entre os dias 29 de julho e 4 de agosto na cidade de Areia, localizada no Brejo paraibano.

terça-feira, 16 de julho de 2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Família procura o itabaianense Júlio Cesar de Mendonça

Bom dia Galerinha do Memória Viva!

Meu nome é Thais, sou de Minas Gerais e meu avô José Pedro de Mendonça é nascido aí em Itabaiana, e estamos a procura de informações de seu irmão Julio Cesar de Mendonça. Conto com o apoio de vocês. Está em anexo, a hitória de meu Vozão.
Aguardo o retorno de vocês.
Obrigada.

 Thais Santiago Mendonça Estoque
(32) 9942.1756













quarta-feira, 10 de julho de 2013

Itabaiana realiza primeiro casamento gay da Paraíba.

O escrivão André Polari entrega a certidão de casamento aos nubentes.
      Foto:  Genilson Medeiros.


Nesta terça-feira, 09 de julho, no Forum de Itabaiana – Paraíba, foi realizado o primeiro casamento homoafetivo da Paraíba.
Disseram o “sim”, diante do  Dr. Henrique Jorge Jácome de Figueiredo, Juiz da 2ª Vara da Comarca de Itabaiana,  os funcionários públicos Roberto Cezar Maia de Souza e David José Caju.
A  concretização do casamento homoafetivo tem como base decisão do STF,  através  do recurso especial nº 1.183.878 e  Provimento CGJ - 06/2013, da Corregedoria Geral da Justiça da Paraíba, 13º Estado brasileiro a aprovar essa cerimônia.
Os pedidos de habilitação para casamentos de pessoas do mesmo sexo são recebidos pelos Cartórios do Registro de Civil, tal qual se faz para o matrimônio tradicional.
Apesar de a decisão judicial ter suscitado enorme polêmica, notadamente entre o clérigo, isso não é um fato novo pois, já na Roma antiga, o imperador Nero juntou-se em cerimônia de casamento ao jovem Pitágoras.



sábado, 29 de junho de 2013

Itabaiana prepara realização da II Conferência Municipal de Cultura

                                                Reunião do Conselho Municipal de Cultura


O Conselho Municipal de Cultura de Itabaiana se reuniu nesta quarta-feira, 26, na sede da Secretaria de Cultura, para tratar de assuntos referentes à II Conferência Municipal de Cultura que será realizada no dia 4 de julho do corrente ano, no Salão de Recepções “Finess”, de propriedade do Secretário de Cultura, Luciano Marinho, no bairro Alto Alegre.

Na ocasião, foram discutidas prioridades para o segundo semestre de 2013, entre elas a reformulação do Regimento Interno do Conselho, adequando-o à nova versão de políticas públicas do Sistema Nacional de Cultura. Na ocasião foram discutidas prioridades para o segundo semestre de 2013, entre elas a reformulação do Regimento Interno do Conselho, adequando-o na nova versão de políticas públicas do Sistema Nacional de Cultura.

A II Conferência reunirá artistas, produtores e gestores culturais que discutirão e construirão diretrizes para a formação do plano municipal de cultura de Itabaiana para os próximos dez anos. O Conselho Municipal de Cultura de Itabaiana é presidido pela atriz Das Dores Neta.

O Conselho Municipal se reunirá extraordinariamente na próxima segunda-feira, dia primeiro de julho, para tratar ainda da conferência e dar continuidade aos assuntos relacionados ao cenário cultural, propondo mudanças para o município de Itabaiana. Além dos conselheiros, também estarão presentes representantes da Secretaria Municipal de Cultura e da 12 ª Regional de Cultura do Estado.


Foto: Willdeane Souza

domingo, 2 de junho de 2013

sábado, 25 de maio de 2013

Itabaiana, 122 anos de emancipação política



Itabaiana nos anos 20 do século XX


Texto do livro Itabaiana, Sua História, Suas Memórias. 1500 - 1975, de Sabiniano Maia, sobre a emancipação da cidade.

"Formado o povoado, criada a vila, instituído o município, instalada a comarca, tivemos a cidade.
Venâncio Neiva, o nosso primeiro governador, na era republicana, que já nos havia dado a independência municipal e nos tornado cabeça de comarca, concedia-nos agora os foros de cidadania.
 Devemos por isto homenagear o homem que nos fez município,  comarca e cidade, tornando Itabaiana, núcleo independente na vida político-administrativa do Estado.
Não é demais que lhe ergamos uma estátua, em ponto condizente da cidade, de modo a que, no bronze, se perpetue visualmente aos itabaianenses.
 O Decreto que nos conferiu a cidadania tem o seguinte teor:

'Decreto n° 63.

Venâncio Neiva, Governador do Estado da Parahyba,

Decreta:

Artigo único. Fica elevada a cathegoria de cidade a villa de Itabayanna com a denominação de cidade de Itabayanna; revogam-se as disposições em contrário.

                                                  Palácio do Governo do Estado da Parahyba, em 26 de maio de 1891 – 3º             da  República dos Estados Unidos do Brasil.

                                               Venâncio Neiva'"


sexta-feira, 24 de maio de 2013

Batalha do Riacho das Pedras. 189 anos

Itabaiana e a Confederação do Equador. A Batalha do Riacho das Pedras.


Praça 24 de Maio (ao lado corre o Riacho das Pedras). Desenho em
 grafite do itabaianense Orlando Araújo.



O envolvimento da Paraíba no movimento revolucionário entre separatistas e republicanos, em 1824, resultou na Batalha do Riacho das Pedras em Itabaiana, na Paraíba, que a cidade comemora no dia 24 de maio .

Dom Pedro I, insatisfeito com a junta que governava Pernambuco através do seu presidente Manoel de Carvalho, nomeou Francisco Paes Barreto e dissolveu a assembléia constituinte em novembro de 1823.
Com a dissolução da assembléia os deputados retornaram às suas províncias, a Paraíba representada por Joaquim Manoel Carneiro da Cunha, José da Cruz Gouveia e Augusto Xavier de Carvalho e uma agitação, iniciada em Pernambuco, se espalhou pelo Rio Grande do Norte e Paraíba.

Junto a esses revoltosos, ansiosos por implantar uma a república confederativa, estavam Frei Caneca e Felix Antonio Ferreira de Albuquerque, expoentes desse movimento que denominaram de Confederação do Equador.

Na Paraíba destacaram-se as cidades de Itabaiana, Pilar, São Miguel, Vila Nova da Rainha e Vila Real do Brejo de Areia, envolvidas ativamente.

Os atos absolutistas do Imperador, e as nomeações para Presidentes das Províncias de Pernambuco e da Paraíba, respectivamente, Francisco Paes Barreto e Felipe Neri foram repudiados pelos republicanos.
A situação foi se agravando e Félix Antonio partiu com sua tropa de Areia para Itabaiana ao encontro de reforços que viriam de Pernambuco, enquanto que o governo da Paraíba enviou forças sob o comando do Coronel Estevam José Carneiro da Cunha para conter os revolucionários.

Foi então que, em 24 de maio de 1824,  tropas e cidadãos separatistas e republicanos se encontraram no Riacho das Pedras, tendo sido deflagrada a que é considerada “uma das maiores batalhas travadas em solo paraibano e talvez a mais importante da Confederação do Equador”.






segunda-feira, 20 de maio de 2013

Rio Paraíba. Poema de Antonio Costta






As retiradas mecanizadas de grandes quantidades de areia do Rio Paraíba em Itabaiana, causam sentimentos de indignação, tristeza, revolta e descrença nos poderes públicos. O poeta Antonio Costta traduz muito bem esses sentimentos em seu poema "Rio Paraíba" :

Rio Paraíba                                  

Rio Paraíba
sangrado
saqueado
estuprado.

Rio Paraíba
desmatado
cercado
e esbarrado.

Rio Paraíba
invadido
extraído
poluído.

Rio Paraíba
controlado
minguado
privatizado.

Rio Paraíba
que saudade
da liberdade...
da integridade!

Rio Paraíba
berço da vida
água bebida...
que saudade!

Antonio Costta

terça-feira, 23 de abril de 2013

O meu nome é Paraíba, Paraíba sim sinhô!


O meu nome é Paraíba, Paraíba sim sinhô, e eu não troco o meu "tengo lengo tengo" por nenhum modismo qualquer. Eu, Wagner Lins, cantor e compositor e filho natural da Paraíba, terra santa e sagrada de Deus, venho por meio desta  publicação expressar a minha indignação, repulsa e revolta contra o jogador "NEYMAR".

Querido... Você conhece a Paraíba? Conhece o povo paraibano?, as nossas praias?, a nossa culinária?, os nossos artistas?, a nossa cultura? e a nossa fé? Não... Certamente você deve não conhecer-nos, pois, se você nos conhecesse não teria nos hostilizado da forma que fez, tão suja e ínfima. Mas... Façamos um tour para que você entenda um pouquinho do que é a Paraíba e de quem são os paraibanos. Você conhece a poesia de Jessier Quirino, Neymar?... A de Thiago Alves talvez?... Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida, José Lins do Rego?... Isto é, não quero nem citar o nome de Ariano Suassuna! Mas vamos lá... Você conhece a voz de Elba Ramalho, Chico Cezar, Zé Ramalho, Renata Arruda, Herbert Viana, Barros de Alencar, Flávio José, Genival Lacerda, Geraldo Vandré, Jackson do Pandeiro ou Roberta Miranda?... Conhece querido?...


Não... Você não conhece!

Você gosta de mar, de praia, conhece as nossas? O Nordeste tem as mais belas praias do Brasil e eu diria até do mundo e com certeza você, jamais ouviu falar delas, não é Neymar?

Você já teve o privilégio de ser abraçado por um nordestino, e sentir a intensidade e o color do nosso povo num simples abraço?... Com certeza nunca teve!

Eu poderia passar o resto da minha vida escrevendo aqui, e ainda assim não conseguiria descrever com precisão as belezas infinitas do meu Estado querido, mas, te direi que: Se o Brasil fosse um corpo e nós pudéssemos classificar os seus Estados como membros e órgãos dele, você sabe qual parte seria a Paraíba, Neymar?... O Coração! A nossa batida é forte!  O nosso sangue é vivo e pulsante! O nosso lema é o NEGO!

E hoje eu “NEGO” a você Neymar!
Nego a sua estupidez e imaturidade. Nego a sua soberba e presunção. Nego a sua falta de respeito com a minha gente. Hoje eu Nego a você, e a todos aqueles que comungam dessa mesma opinião ridícula, covarde e imunda.

Não gosta da Paraíba? Então fuja do Brasil porque o brasileiros amam os paraíbanos. Um conselho?...
Procure um contrato com o Barcelona, pois já que você não foi brasileiro o suficiente para respeitar os paraíbanos, quem sabe talvez você seja argentino o suficiente para limpar as chuteiras do “Lionel Messi”.

A você Neymar o desprezo e a indignação do povo paraibano expressados aqui nas simplórias palavras de um “paraíbano da gema” que lutará com todas as forças durante toda a vida para poder representar com dignidade e respeito a esse povo tão lindo, forte e corajoso, virtudes que lhe faltam porque você não é humano o suficiente para possuí-las.

Wagner Lins.
Nordestino “cabra da peste”, paraíbano sim sinhô! 

23 de Abril de 2013.
Itabaiana, Paraíba, Brasil.

* Wagner Lins é compositor e cantor, paraibano de Itabaiana.






sexta-feira, 12 de abril de 2013

Fotografia e Memória XI

Evento na antiga Sede dos Trabalhadores: Edilson Andrade, Arnaud Costa, Afrânio Bezerra,
Nicó Lopes Cavalcanti e Chico Bezerra. Foto cedida por Mocinha Lopes Cavalcanti.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Arnaud Costa lançará novo livro no próximo sábado (6)




O escritor e jornalista Arnaud Costa estará, neste sábado, 06, lançando mais um livro de sua lavra.  Trata-se do “FATOS PITORESCOS DO FUTEBOL”. O lançamento do livro ocorrerá às 20h na Câmara Municipal de Itabaiana, terra do poeta Zé da Luz.

Na organização deste evento cultural está a Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba e o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

Na ocasião, o Ponto de Cultura entregará o Prêmio Leonilla Almeida à artesã Nevinha, professora Rose Luna e a Margaret Bandeira. Como atração cultural, está programada apresentação do grupo “Chorinho Prateado”, de Cabedelo, com o mestre Wilson do Bandolim, e monólogo teatral.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Severino de Andrade Silva (Zé da Luz) - 109 anos de nascimento.


    * 29.03.1904 - Itabaiana (PB)
    + 12.02.1965 - Rio de Janeiro RJ)


A cacimba

Tá vendo aquela cacimba
lá na bêra do riacho,
im riba da ribanceira,
qui fica, assim, pru dibáxo
de um pé de tamarinêra.

Pois, um magóte de môça
quage toda manhanzinha,
foima, assim, aquela tuia,
na bêra da cacimbinha
prá tumar banho de cuia.

Eu não sei pru quê razão,
as águas dessa nacente,
as águas que ali se vê,
tem um gosto diferente
das cacimbas de bêbê...

As águas da cacimbinha
tem um gôsto mais mió.
Nem sargada, nem insôça...
Tem um gostim do suó
do suvaco déssas môça...

Quando eu vejo éssa cacimba,
qui inspio a minha cara
e a cara torno a inspiá,
naquelas águas quiláras,
Pego logo a desejá...

... Desejo, prá quê negá?
Desejo ser um caçote,
cum dois óio dêsse tamanho
Prá ver aquele magóte
de môça tumando banho!



segunda-feira, 18 de março de 2013

2º Curso de Renda de Bilros.

Trabalhos de rendeiras.


Luciano Marinho abrindo o evento.
Foi aberto hoje, 18 de março, no Café Cultural Mestre Sivuca, o 2º Curso de Renda de Bilros, uma realização da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Itabaiana e da Associação Cultural Memória Viva. 

O evento contou com as presenças de Luciano Marinho, Secretário de Cultura de Itabaiana - Paraíba,   Clévia Paz, Articuladora Cultural da 12ª Região e Margaret Bandeira, Diretora da Memória Viva. 


Essa segunda turma  foi organizada para atender ao desejo de um grupo de senhoras da cidade e da região, que não tiveram a oportunidade de
 frequentar o primeiro curso.
Clévia Paz saudando os participantes.


A aula inaugural contou com as presenças da sra. Dalvaci Gomes, assistente social, aluna da primeira turma e, hoje, pesquisadora desse trabalho artesanal, e da sra. Gláucia Lima, da UFPb, mestre em sociologia, que fez exposição da história e desenvolvimento da renda de bilro.

A sra. Dalvaci Gomes falando aos alunos.

A renda de bilros ou renda de almofada nasceu na França, desenvolveu-se na Itália, e chegou ao Brasil através da colonização de Portugal, onde já existia desde o século XV.

No Vale do Paraíba a cidade de Salgado de São Félix teve o seu apogeu na confecção da renda de bilros nas décadas de 40 e 50, quando foi a maior produtora da região, exportando para outros estados do nordeste através do comerciante Sr. José Trajano. Itabaiana teve uma participação menor na produção da renda naquelas décadas e, até hoje, essa arte estava totalmente extinta.

  

Professora  Gláucia Lima  expondo sua pesquisa.
Rendeira de Barra das Antas - Sapé (PB).

terça-feira, 12 de março de 2013

Fotografia e Memória X

Piquenique nos anos de 1920 na antiga Praça da Indústria. Com a ajuda de Elisabeth Santiago Bandeira, cito alguns nomes dos presentes: Pedro e Adília Barbosa (avós de Nivaldo Queiroz Filho); Dona Crispiniana Fonseca (avó de Valter Fonseca); José Santiago (irmão de Elisabeth Bandeira); José Pernambuco; Severino Paulino (tio de Terezinha Aguiar); Manoel Guedes (cunhado de Adolfo Queiroz). Clique na imagem para ampliá-la.

   

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Fotografia e Memória IX

Encontro do Padre Antonio Costa, Vigário de Itabaiana-Paraíba de 1954 a 1956, com paroquianos. Nevinha Melo, Bernadete Galvão, Dalila, Eliete Fonseca, Ana Oliveira, Naninha Queiroga, Luiz Barbosa, Dalvinha. Foto cedida por Francisco Amâncio.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Sementes do Amor


Trabalho enviado pelo poeta Antonio Costta em homenagem a Zora Lira.
             
         

Meio século da morte de minha sogra.




Dona Nelza Cabral viveu sob o crivo da modernidade em uma cidadezinha acanhada e preconceituosa da Paraíba por nome Itabaiana do Norte. Lia muito e gostava de desenhar. Pintava quadros elogiados pelo Coronel Raul Geraldo de Oliveira, mestre da pintura.

Faz meio século que dona Nelza morreu. Essa pessoa iluminada pelo talento era, por assim, dizer, uma figura além do seu tempo. Uma estrela brilhante a ofuscar os medíocres de sua cidadezinha.

Não conheci dona Nelza, minha sogra, mas soube que era uma pessoa simples, sem aquele comportamento pequeno burguês um tanto ridículo, próprio das elites interioranas. Seu marido ocupava importante cargo na diretoria da maior empresa particular da cidade, era um homem refinado. Dona Nelza vivia o mais discretamente possível. Não gostava dos bailes elitistas, das ostentações vazias de uma sociedade ornamentada pelo falso brilho da opulência. Apreciava o rio Paraíba, tinha por hábito tomar banho nos poços do rio e desenhar. Desde criança. As coisas simples que ninguém via ou valorizava, a poesia da vida oculta a fazia viver quieta, pelos cantos. Era quase uma incompreendida, como todo artista.

O desenho acima representa a ponte ferroviária de Guarita sobre o rio Paraíba, rabiscado em lápis grafite numa folha de caderno pautado escolar. Foi um ensaio de dona Nelza quando mocinha, em um dos piqueniques que se costumava fazer no rio naquela época. Pelos nossos cálculos, este desenho tem mais de setenta anos. Uma relíquia guardada pela filha Geovana, que hoje mora na Bahia.  
 
Visitei esse recanto do rio, recentemente. Parece que estancou no tempo, aquele sítio do lado esquerdo do Paraíba, outrora centro da nossa indústria coureira, hoje extinta. A decadência econômica congelou o distrito de Campo Grande. Casas velhas abandonadas, campos vazios, ruínas. Com o vento que corre nas margens desertas do rio, sopram as lembranças daquela juventude que fazia piquenique com o futuro maestro Sivuca, e no meio da algazarra juvenil a frase altiva e o alvo riso da menina-moça Nelza, no nascimento de suas invenções artísticas.

Fábio Mozart

Nelza Cabral (à esquerda, com rosa no cabelo) ao lado do menino Sivuca em 1945, em piquenique 

http://www.fabiomozart.blogspot.com.br/

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Zora, de sonhos e paixões.


Em Campo Grande da margem esquerda do Rio Paraíba(Pernambuquinho), Itabaiana, Paraíba, nasceu Maria do Socorro Lira, Zora.  O seu pai, José Maria Porfírio, conhecido como “Trobador”, era cantor nas noites boêmias e sua mãe, Josefa Francelina de Lira, cuidava da casa e da mercearia do casal.

Advogada, compositora, cantora e poeta, Zora Lira fez sua primeira letra de música aos 12 anos de idade. Foi professora em Campo Grande e funcionária da Prefeitura Municipal de Itabaiana.


No dia 07 de novembro de 1968, aniversário da morte do ex-prefeito José Silveira, em comício do candidato Josué Dias de Oliveira, realizado em frente à Casa da Mãe Pobre, Zora Lira cantou, pela primeira vez para um grande público, uma música com letra sua, que enaltecia as virtudes do prefeito morto, e que passou a ser conhecida como “O Sonho”. Na presença de Mário Silveira, Humberto Lucena, políticos itabaianenses e mais de quatro mil pessoas, a toada gerou um impacto muito forte entre os seguidores de Zé Silveira, causando choros e desmaios e, segundo Zora, deu a vitória ao PMDB. Incomodados com o sucesso de “O Sonho”, os adversários ridicularizaram a música e, na eleição seguinte, foi proibida a sua divulgação pelo TRE. 

 Em 1980 publicou o seu livro de poesias intitulado “Revelações” e, em 2002, realizou um sonho e gravou o CD “Zorah Lira – De Todas as Paixões”, com nove, das doze músicas, compostas pela romântica itabaianense.

Sobre a polêmica de que a música “Feira de Mangaio”, de Sivuca e Glorinha Gadelha, faz referência à feira do município de Sousa, na Paraíba, afirma, Zora Lira, que seria uma grande coincidência que naquela cidade do sertão outras “Zefa de Porcina” e “Maria do Juá” existissem. Zefa de Porcina e Porcina eram, respectivamente, tia e bisavó da cantora campograndense e Maria do Juá uma figura popular, todas filhas e moradoras de Campo Grande do Mestre Sivuca.


Zora Lira pretende gravar um novo CD, desta vez de forró, reeditar seu livro “Revelações” e publicar um novo livro de poesias com o título provisório de “Reflexos da Alma”.

Associação Cultural Memória Viva



Zora, vejo em você um grande talento que os empresários não descobriram ainda,
porém para tudo tem o tempo e poderá ser por ocasião do lançamento do seu CD de forro.

Pedro José da Silva - Defensor Público.



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Itabaiana, terra de bamba

O escritor itabaianense Erasmo Souto é um dos que figuram no livro “Artistas de Itabaiana”. 



Itabaiana do Norte é pródiga em mestres das mais variadas artes. Temos um gênio sanfoneiro, outro destacado artista das artes visuais reconhecido na Europa, o que é considerado responsável pelo moderno cinema documentário, aquele que atravessou o oceano para beber na fonte da Mãe África, o pós-doutor em teatro, formado nas melhores escolas cubanas e a ceramista cujo trabalho atinge também as fronteiras do mundo. Exemplos não faltam da genialidade do artista aqui nascido. A esses nomes consagrados, juntam-se os artistas populares, alguns de projeção nacional, como o Ratinho da melhor dupla sertaneja da história de nossa música, outros esquecidos, os que não alcançaram visibilidade, nem por isso menos dotados de altíssimo grau de capacidade criadora.

Fiz um mosaico desses criadores nas mais diversas áreas, com breve biografia destinada a fortalecer nosso orgulho de sermos conterrâneos dessas figuras e registrar para as gerações seguintes nosso rico acervo de nomes de vulto, se não pela fama, mas pela sua importância na construção de nossa identidade cultural. Artistas do teatro de bonecos, do canto de raiz, virtuosos instrumentistas e compositores, escritores, atores, mágicos, palhaços, poetas e mamulengueiros, ícones da cultura popular itabaianense de todos os tempos, registrando breves dados biográficos com a proposta de sistematizar, organizar e divulgar os artistas populares, poetas e intelectuais que publicaram livros em Itabaiana, como um acervo facilitador da construção de um sentido de pertença, cidadania e auto-estima de artistas da comunidade itabaianense.

O livro “Artistas de Itabaiana” acaba de ter patrocínio aprovado pelo Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos, da Secretaria de Cultura do Estado, conforme publicado no Diário Oficial de ontem (13 de fevereiro). Vai ser lançado em maio, durante o aniversário da cidade. É minha contribuição à festa da emancipação política da terra do Mestre Mané Risadinha, do mestre Mocó, do pifeiro Cachimbinho e de Galego Aboiador. Os artífices da cultura popular itabaianense, que se fortalecem mesmo na adversidade, estão expressos neste livro.

Para completar, o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar também aprovou projeto no FIC para realizar o “Cortejo de bois e caboclinhos”, onde registraremos em vídeo documentário os brincantes em ação, tratados com o respeito que merecem, livres da presença incômoda e violentadora de “paredões” e outras parafernálias. O carnaval tradição, historicamente pouco abordado, maltratado e humilhado, terá seu registro digno. É um ato de construção de uma sociedade civilizada que respeita seu passado e suas legítimas expressões artísticas. Se não acreditasse nisso, eu já teria renunciado, há muito, a lutar pela preservação do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Biu do Vasco e do carnaval




Esse é o Biu do Vasco, desportista e carnavalesco de Itabaiana, lendário sambista, mestre de bateria, figurinista e produtor da Escola de Samba Imperadores do Ritmo. Esse rapaz já fez pelo carnaval e pelo futebol da cidade muito mais do que muitos prefeitos. Cabe citá-lo com reverência quando se trata de cultura popular na terra de Biu da Rabeca, lugar de ótimos artistas e péssimos administradores.

Por ser pobre, é visto com desconfiança. Mas são fortes as raízes do Biu na sua comunidade. Devido a isso, consegue juntar uns trocados, pedindo no comércio, e bota sua escola de samba todos os anos na rua. Biu é descendente direto de figuras como Dolfo e seu irmão Índio, patronos do futebol e do carnaval, lutadores pelas nossas melhores tradições no esporte, fundadores e mantenedores do glorioso União Sport Clube e da Escola de Samba.

A negligência do chamado poder público no fomento à criação e acesso à cultura popular dá lugar a esses heróis da resistência. Sem pessoas como Biu do Vasco e outros tantos abnegados, nosso carnaval de rua seria apenas lembrança.  Pela tenacidade de figuras como o mestre Zé Leiteiro, já falecido, e outros mestres de bois, caboclinhos e troças, os reais construtores do nosso carnaval, ainda temos um carnaval de rua que se preza.

Tão importante quanto o trabalho de Biu no carnaval é seu desempenho na preparação de novos atletas de futebol. Uma historinha: meu irmão mais novo, Lavoisier, aos dezessete anos era a maior revelação juvenil do time de Biu do Vasco. Ótimo meia-direita, recebeu convite de um empresário para jogar no futebol da Suécia. Minha mãe não aprovou a carreira futebolística de Lavoisier que acabou tornando-se pastor protestante. O futebol perdeu um craque e a igreja ganhou um pregador. Ainda hoje Biu lembra de Lavoisier e seu futebol, lamentando os muros que a fé de minha mãe ergueu entre o estrelato da bola e seu antigo pupilo. 

Postado por TOCA DO LEÃO em 05.02.2013


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Leonilla Almeida, personagem do livro "Memórias do Cárcere" de Graciliano Ramos


Leonilla Félix de Almeida, nascida no distrito de Campo Grande, em Itabaiana, Paraíba, foi imortalizada pelo escritor alagoano Graciliano Ramos, no seu livro Memórias do Cárcere, onde narra a prisão dela e do seu esposo, Epifânio Guilhermino, confinados na Ilha Grande durante o Estado Novo de Getúlio Vargas.

No cárcere, Leonila conviveu com outros homens e mulheres partidários de avanços sociais, presos durante a chamada Intentona Comunista.

Ela esteve presa na mesma cela com Olga Benário, a mulher do líder comunista Luiz Carlos Prestes, além de Elisa Berger, Cármem Ghioldi, Maria Werneck e outros revolucionários.

Leonila Almeida saiu de Itabaiana para se tornar personagem da literatura universal, com sua luta plena de entusiasmo pelos melhores ideais de justiça e igualdade.

(Texto de Fábio Mozart publicado na revista Centenário de Zé da Luz e na Enciclopédia Nordeste)

Postado por TOCA DO LEÃO

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