quinta-feira, 13 de julho de 2017

Meu inesquecível amigo Garçom


          Minha historinha de hoje vai para um itabaianense brabo todo, de uma cara feia danada, mas de um coração maior do que ele, incapaz de dizer um não a um pedido e, como era engraçado ele dizer de imediato, “ vou fazer isso não, ta doido” quero confusão pra cima de mim não, bastava a gente dizer, vai, faz isso, me ajuda, e ele se desmanchava todo para nos atender, era reclamando e atendendo.

          Eu era jovem, como muitos que aqui se faz presente. Dia de festa ou não sempre estávamos no Itabaiana Clube, às vezes jogando dominó, dama e outros jogos e, lá estava ele no barzinho no fundo do clube fazendo alguma coisa. De vez em quando gritava: vamos acabar com esse jogo aí, preciso fechar o clube. Nem ligávamos, fazíamos que não ouvia, ele aumentava o tom, a gente nem ligava, aí ele terminava vindo brincar conosco.

         Dia de festa trabalhava feito um louco no bar, sempre nervoso, mas nunca deixava de nos atender e, era esse jeitão que nos fazia cada vez gostar dele. Esse querido itabaianense que lembro com muito carinho e saudade é o meu, o nosso inesquecível amigo “ Garçom” Nelson, que para irritá-lo, carinhosamente nós o chamávamos de mamão furado.

          Nelson era um cara tão bacana, que dia de festa até se arriscava para atender as jovens, veja o que ele fazia. As meninas lindas e donzelas iam ao baile com os pais ao lado, se mostravam sempre quietinhas, bebidas só refrigerantes, outro tipo nem pensar. Os pais sentiam-se felizes porque as filhas de repente se mostravam alegres curtindo a festa, rindo muito, se balançando na cadeira e querendo muito ir para o salão dançar. Ai, entra o Nelson na historia, os refrigerantes para elas servidos era dosado de rum, pedidos que elas antecipadamente faziam ao Nelson na surdina e, mesmo se arriscando, mas como disse acima tinha o coração maior do que ele, não deixava de atender. Esse era o meu querido Nelson, garçom que fez parte da historia de nossa Itabaiana. Esteja onde estiver Nelson, meu abraço e minha saudade.


Orlando Araujo.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Aracílio Araújo "A máquina de fazer forró"




          Aracílio Gomes de Araújo, nasceu  em Itabaiana no dia 12 de junho de 1950, na rua Heroína Maria Cleide, antiga Rua do Rio. Filho de Severino Gomes da Silva(o popular Biu da Barraca) e de Iracema Araújo da Silva, foi o 11º filho de uma próle de 20 irmãos. Na infância, estudou na Escola João Fagundes de Oliveira, que funcionava na antiga União de Artistas e Operários. Torcedor fanático do União Esporte Clube, chegou a ser jogador do seu  time do coração. Seu primeiro emprego em Itabaiana foi como motorista do ex-prefeito Severino Ramos da Silva(Galego).

          Aos 21 anos, em 1971 mudou-se para o Rio de Janeiro, anos depois retornou para a sua terra natal, depois mudou-se para o estado do Mato Grosso, logo após para João Pessoa e em seguida, em maio de 1979 mudou-se para o Recife, fixando-se em Olinda,  onde todo o seu talento veio à tona. Para difundir  o seu trabalho, passou a integrar o elenco de Artistas Pernambucanos como compositor. Gravou com Alceu Valença no CD intitulado "Forró de Todos os Tempos", assinando cinco de suas obras. No dizer de Alceu Valença, o compositor e cantor Aracílio Araújo "é uma formidável máquina de fazer forró".  De fato, desde 1971, quando deixou a sua terra natal, não parou de emplacar as suas composições na gravação dos mais renomados artistas nacionais, como o próprio Alceu Valença, Elba Ramalho, Fagner, Marinês e sua Gente, além de artistas de sucesso regional como Flávio José, Alcimar Monteiro, Maciel Melo e muitos outros.

          As músicas de sua autoria que mais se destacaram foram: "Eu quero ver você dizer que sou ruim", "Forró de Olinda", "Coco do Rala Coco", "Forró Calangueado" e "Essa menina" na voz de Alceu Valença,  a música "Forró do Chic-tac" na voz de Fagner e Elba Ramalho e "Deixa o Rio Desaguar" com Félix Porfírio e Flávio José, que virou o hino do movimento pela transposição do rio São Francisco.

          Aracílio não é apenas um compositor. Com uma indefectível performance de voz ritmada, tem conquistado plateias em praças públicas por onde tem se apresentado, acompanhado de sua banda, Forró Sem Fronteira. A presença de palco e a divisão perfeita da melodia têm suscitado elogios e referências insuspeitas de críticos da imprensa pernambucana. Aracílio Araújo também conquistou o 1º lugar no Forró Fest 200, realizado no Estado da Paraíba, com uma de suas composições - "Minha Bandeira".

         Outras músicas de Aracílio que também tiveram grande destaque foram: "Amor não é brincadeira" na voz de Genival Lacerda, "Remelexo, Swing, Suor" na voz de Marinês, "Pra todo mundo" e "Novilha rainha" na voz de Flávio José, "Maracatuando no Forró" na voz do Trio Nordestino, "Mão de Vaca" e "Cheirinho dela" na voz de Pinto de Acordeon, e "Forró Calangueado" na voz de Teca Calazans.

         E foi através da música, que Aracílio encontrou uma forma de homenagear a sua querida terra, "Itabaiana é meu canto" uma música que recorda sua infância e o passado da cidade que ele tem orgulho de representar por onde passa.

Fonte: Homenagem a Aracílio Araújo feita pela Loja Maçônica Duque de Caxias nº 14, de Itabaiana - PB, em um evento realizado no dia 19/08/2011 no Itabaiana Clube. Com algumas informações a mais ditas pelo próprio Aracílio em entrevistas. 

Para ouvir a música "Itabaiana é meu canto" clique no link abaixo:
Aracílio Araújo - Itabaiana é Meu Canto