terça-feira, 22 de março de 2011

Hospital São Vicente de Paulo



                Foto do término da restauração do HSVP, em junho/1983, pela Prefeitura Municipal de  Itabaiana, gestão do prefeito Edilson Andrade                 



Nesse momento de incerteza e de tristeza em que as famílias estão vivendo, preocupadas com o destino do HSVP, nos vem à lembrança os anos em que a Sociedade Mantenedora do Hospital  era dirigida por homens como Israel Elídio de Carvalho, Almir da Silva Fonseca, José Bandeira Júnior, Pedro Sérvulo da Fonseca e muitos outros que, sem qualquer retorno financeiro, trabalhavam com amor e desprendimento, com um único objetivo: o bem da querida Itabaiana.

E à frente da batalha que foi manter o hospital de portas abertas, estava o  incansável Dr. Antonio Batista Santiago que, desde a fundação daquela Casa e durante toda a sua vida, tinha o Hospital como a “menina dos seus olhos”.  E manter aquela casa de saúde não era fácil. Muito ele lutou e buscou, junto a Governos e autoridades, ajudas e verbas.

Bons tempos também de Dr. Aglair da Silva, Dr. Lindonor Pires de Almeida, Dr. Tancredo Mariz, também exímios profissionais e executores das mais diversas cirurgias: cesarianas, vesículas, apêndices, plásticas reparadoras.

Com certeza a Associação Cultural Memória Viva estará vigilante para que o Hospital São Vicente de Paulo, mesmo que não tenha uma solução de continuidade, não seja jogado às traças.  Temos um patrimônio a preservar:  o seu prédio, os seus móveis, as suas fotografias históricas, quadros e documentos. 

Não queremos que se repita o mesmo que aconteceu com a Casa dos Velhos, instituição filantrópica que tanto serviu aos idosos carentes da cidade e que, não se sabe como, encontra-se o seu prédio hoje, nas mãos de particulares.



Mais um tipo folclórico de Itabaiana


Zé Graxinha

Texto extraído do livro "O Lobisomem e outras Histórias", do itabaianense João Coelho Cordeiro.

"Zé Graxinha foi um inveterado alcoólatra que conheci em minha juventude, na cidade de Itabaiana. Depois de ingerir vários copos de cachaça, costumava dizer: 'Um cacimbão com 700 metros de fundura, 400 de largura, cheio de aguardente de cana, pru mode Zé Graxinha merguiá dentro, cum os ouvidos arroiados, os óios fechado e a boca aberta, e de vez em quando subindo prá riba pra tomar a suspiração, não era beber como diabo?..' ".



sábado, 12 de março de 2011

Chiquinha de Itabaiana


Chiquinha foi uma figura popular  marcante nas décadas de 1960/70 em Itabaiana. Os jovens  que  viveram a época  devem  recordar . Durante as peripécias dela, muitos  ainda estudavam e ou trabalhavam na cidade, outros   já residiam  fora por força das  circunstancias  educacional e profissional,  mas   sempre retornavam  à terrinha  para rever amigos, namoradas e participarem das inesquecíveis festas que a cidade promovia.

A vida seguiu em frente dentro de um mundo que virou de ponta a cabeça, muitos casaram, outros casaram separaram e casaram de novo, outros optaram em não casar e continuar na condição de solteiro, mas nada disso vem ao caso, o importante é que cada um esteja feliz e  sempre nostálgico em relação aos seus  anos dourados em  Itabaiana.

Fiz a citação acima sobre estado civil, porque a historia da Chiquinha tem muito a ver com  casamento, pois a  vontade dela de casar era  tanta que terminou de cuca pirada, mas não teve jeito , a coitada  morreu solteira.

Chiquinha, foi um  personagem real  que viveu em Itabaiana assim como foi  Maria da Garrafa, Nino da Continência,  Galo Assado que entregava pão e tantos outros., cada um no seu estilo e na sua interpretação peculiar , mas que marcaram registro na historia popular da cidade.

Eu conheci a Chiquinha  na minha infância, ela residia na Rua de São Sebastião, rua essa que dava continuidade a Rua da Boca da Mata após a travessia da linha do trem. Chiquinha, era um moça solteira , na faixa de 40 a 50 anos de idade,  virgem convicta e sacramentada  e,  muito religiosa. Era uma  figura baixinha, não tinha mais de  1,50 metro  de altura,  muito vaidosa dentro de sua simplicidade feminina, andava sempre bem penteada, maquiada e perfumada, no estilo da época. Morava sozinha numa casinha pequena, mas muito bem arrumada e limpa e, sobrevivia do  trabalho de lavar e engomar roupas.

Lembro-me de Chiquinha  ainda com  comportamento normal, muito extrovertida e falava pelos cotovelos. A rua da   Boca da Mata era  caminho  obrigatório de suas  idas e vindas ao centro da cidade e, como eu morava nessa rua, assistia  sua passagem varias vezes ao dia.Por ser uma católica ferrenha todos os dias que tinha missa ela passava rápida como um disparo de bala para Igreja,  na ida nem cumprimentava as pessoas, mas em compensação no retorno  parava de casa em casa para prosear,  ficando  horas afim tagarelando.

Até então a Chiquinha se comportava com normalidade, contava sorrindo que já tinha realizado todas as simpatias de São João para arrumar um pretendente, porque seu sonho era casar, mas nunca havia arrumado um namorado sequer, não sabia se por azar ou porque não fazia as simpatias corretas. Outro fato curioso, é que repetia  com freqüência  que nunca  havia deixado de assistir uma cerimônia de casamento na Igreja,   porque para ela,  ver uma moça vestida de noiva,  era como ver Nossa Senhora e sempre se emocionava e chorava.

Com o passar do tempo,  Chiquinha começou  mudar seu comportamento, não sei bem como tudo começou, se o personagem nasceu dos seus  próprios neurônios ou se alguém o injetou,  mas estava começando surgir uma noiva  de amor platônico na cidade. Seu primeiro amor platônico foi  o Arnaldo Almeida , o  saudoso Naná  que era noivo da Teresinha Barbosa   moradora da Boca da Mata   e  ele, sempre se fazia presente naquela rua  com sua alegria e extroversão com todos, e a Chiquinha fazia parte desse todo. De repente não sei por qual  “ berros d´água” a Chiquinha cisma que o Naná é seu noivo  e que ele é louco e apaixonado por ela, e passa a agredir Teresinha  com palavras.

Daí em diante, a galera da época tomou conta, não faltou que não criasse  encrenca da Teresinha para a Chiquinha e ela, a Chiquinha ,  virava uma fera  e  dizia  de tudo a nível baixo com  a  noiva do Naná, e a  galera cada vez mais aumentava para se divertir e Chiquinha aumentava sua ira. A Teresinha sempre levou o caso numa boa, mas tinha medo de ser agredida.

Passado esse episodio o caso Chiquinha tomou conta da cidade, sempre aparecia alguém arrumando um novo noivo para ela e toda cena se repetia.. Muitas vezes a vi  cercada por pessoas e transtornada pela ira,  a ponto de partir para agressão física em cima da namorada do seu irreal noivo.

Presenciei vários desses episódios, Valdeci  noiva do Luzinaldo Lucena e Zaíra namorada do  Pedro do Funrural  eram duas que a Chiquinha brigava todos os dias. Ambas trabalhavam no comercio, a Valdeci na loja paulista e Zaíra em outra loja que não me recordo, lojas essas que Chiquinha não deixava de visitar. O pior de tudo era que muitos dos noivos apontados alimentavam a doidice , e ai  a Chiquinha ficava se sentindo  dona do pedaço.

Quando rememoramos o passado, lemos romances literários  ou assistimos obras de época,  sempre nos deparamos com personagens semelhante a esse  da Chiquinha, principalmente quando se trata de uma solteira  balzaquiana, estagio na vida  que muito perturbava a cabeça das  mulheres  e a levava a gozação publica, prato cheio para personagem de sucesso dentro das obras.

No mundo atual  e através do conhecimento da  psiquiatria / psicologia , podemos mensurar o tamanho das maldades que eram praticadas com relação as essas  pessoas emocionalmente perturbadas,  era na verdade uma baita violência psíquica, mas também  há  de se convir que  a visão do povo era outra,  pequena e restrita, e as autoridades em nada se pronunciava a respeito, então tudo era levado na brincadeira e gozação

Vale a pena recordar.

 Orlando Araujo.



Amigo, Orlando
Você hoje me fez voltar 30 anos, quando ainda era apenas um garoto de 11 anos e lembro-me muito saudosamente daquela Itabaiana e seus personagens tão pitorescos. Das várias figuras marcantes do meu tempo lembro-me de Nino continência, Pibite, entre outros, e tive também o privilegio de conhecer Chiquinha, pois a mesma freqüentava muito a rua Boca da Mata, onde morava o meu avô José Marinho e que era passagem obrigatória dela como também lembro muito dela comprando perfumaria na loja do meu pai.
Lembro-me também de Chiquinha muito zangada na padaria de Zé Mário, cansada de responder a mesma pergunta que todos lhe faziam quando ela circulava pelo comércio... O que você não sabe é que Chiquinha morreu “noiva”! Pois é... Nos idos dos anos 80, não sei bem te dizer em que ano, Chiquinha circulava pelo comercio e ao entrar em um certo estabelecimento avistou um representante de uma determinada firma vendendo seu produto. Pois bem, como se sabe a vontade de Chiquinha de se casar era tanta que qualquer um que passasse a sua frente logo se tornaria pretendente, e o dono do estabelecimento, para não perde a oportunidade, logo cuidou de apresentar o rapaz e encher a cabeça de Chiquinha de esperança e foi o que aconteceu. Nesse dia, para piorar a situação, o rapaz ficou sabendo do seu drama e que se tratava de uma pessoa humilde e carente e ficou compadecido daquela senhora. Na hora de ir embora o rapaz lhe deu certa quantia em dinheiro e se foi, para nunca mais voltar, foi transferido ou demitido, não se sabe, o que se sabe é que a historia se espalhou, a própria Chiquinha fazia questão de contar para todos que estava noiva e cuidou logo em fazer o enxoval e divulgar o nome de seu amado Juvenal. Logo ficou conhecida como Chiquinha de Juvenal. Todos que lhe cumprimentavam logo perguntava: “e Juvenal, como está?” “E Juvenal, quando vem?” Sem falar que todos que lhe ajudavam financeiramente faziam questão de lhe dizer que foi Juvenal quem mandou e assim viveu as últimas décadas de sua vida a espera de Juvenal, o seu grande amor.
Tenho certeza que seu último desejo, se perguntado, seria que em sua lápide estivesse gravado “aqui descansa em paz “Chiquinha de Juvenal”´.
Luciano Marinho


quinta-feira, 10 de março de 2011

Gonzaga Alfaiate, um artífice da moda.

Considerada uma das profissões mais antigas do mundo, o alfaiate já existia na Antiguidade Clássica, quando vestiu, com sedas e linhos, drapeados e galões, reis, imperadores, filósofos e políticos.

Com o passar dos séculos, a alfaiataria tradicional foi sendo substituída pelas indústrias de roupas prontas, embora, nos dias de hoje, ainda resistam uns poucos artífices dessa profissão.

Em Itabaiana, um representante vivo dos alfaiates, porém aposentado, é o Sr. Luiz Gonzaga de Andrade. Aos 86 anos de idade, Gonzaga Alfaiate, como é conhecido, contou em 20/07/2010, sua história para a Memória Viva:

        “Em 1945 comecei a trabalhar na “Alfaiataria Princesa”, pertencente ao Sr. Umberto Paiva, conhecido como Beto Paiva, e fui aos poucos aprendendo a profissão de alfaiate. Permaneci trabalhando com ele durante 03 anos (de 1945 a 1947) e, por motivos particulares, ele foi morar em João Pessoa e eu passei a trabalhar com Zé Paiva na “Alfaiataria Paiva”, no período de 1947 a 1968, ano em que ele faleceu.
         Passadas algumas semanas, entre os meses de agosto a setembro, eu voltei a trabalhar para mim mesmo e resolvi abrir a minha própria alfaiataria que se chamava “Alfaiataria Central”.
        Tive o prazer de, durante muitos anos, costurar para pessoas ilustres da minha terra como Dr. João Nunes, Sr. Antônio de Almeida, Dr. Arnaldo Maroja, Sr. João Fausto e muitas outras pessoas, juízes, advogados, noivos, políticos e comerciantes. Com essa profissão pude conhecer muita gente importante, pois eu só tinha 16 anos quando comecei a trabalhar.
        Hoje, aos 86 anos, sou uma pessoa muito agradecida a Deus por tudo que ele proporcionou na minha vida e só parei de trabalhar este ano por motivo de doença... Fiquei muito triste porque eu amava e amo minha profissão. Gostaria de continuar a trabalhar, mas não tenho condições; a única coisa que eu ainda posso fazer é contar a minha história.”

terça-feira, 1 de março de 2011

Cancelado licenciamento para retirada de areia no Rio Paraíba

Terça, 1 de Março de 2011 - 19h41

Sudema cancela licenciamento de empresa

O licenciamento concedido a uma empresa pernambucana que atua na extração de areia no Rio Paraíba, no município de Itaiabana, foi cancelado durante inspeção realizada nesta terça-feira (1ª) pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério Público Estadual e a Polícia Militar Ambiental.
A vistoria teve como objetivo avaliar se a atividade vinha sendo desenvolvida de acordo com os condicionantes presentes na Licença de Operação. A Sudema vai realizar uma análise detalhada do caso e deve apresentar um laudo técnico ainda esta semana.
A equipe de análise ambiental do Ibama entendeu que a retirada da areia vinha ocorrendo em desacordo com a licença e, por se tratar de infração ambiental, multou a empresa que realizava a extração e apreendeu o material encontrado no local. O maquinário foi levado para o batalhão da Polícia Militar localizado no município.
 Da Secom-PB
Notícia extraída do site:  www.portalcorreio.com.br