terça-feira, 24 de abril de 2012

Fotografia e Memória VIII

Inauguração da Praça Epitácio Pessoa em 1950 pelo prefeito Luiz Paulino da Silva. Presentes ao descerramento da fita, entre outros,  as professoras Maria Menina Marinho e Carminha Bione, Sr. Daciano Alves de Lima, Padre Antonio Costa (pároco da cidade), Sr. Olívio Luiz da Silva e seus filhos Luiz Antonio e Olivio Filho.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Aniversário de inauguração do Grupo Escolar Padre Ibiapina de Itabaiana.



Neste dia 24 de abril será o aniversário de 94 anos de inauguração do Grupo Escolar Padre Ibiapina de Itabaiana, criado pelo Decreto nº 892, de 29.01.1918, do governador Francisco Camillo de Holanda.

Em seu livro Itabaiana-Sua Hisrória-Suas Memórias – 1500-1975, o escritor Sabianiano Maia descreve: 

A sua inauguração ocorreu a 24 de abril de 1918, passando a funcionar com três cadeiras: a masculina, sob a regência de José Soares de Mendonça, auxiliado por Melchiades Montenegro; a feminina, dirigida por Severina Lins de Almeida, coadjuvada por Judith da Cunha Carvalho Paiva e a mista, por Carmem Holmes. O educandário foi dirigido primeiramente pelo ser professor José Soares de Mendonça – 28 de abril de 1918 – 19 de novembro de 1920; como segunda diretora teve Carmem Holmes – 21 de novembro de 1920 – 21 de maio de 1930, e teve como terceira dirigente, a professora Eulina de Gouveia Henriques Malheiros. (...) O Grupo Escolar Pe. Ibiapina tem uma alta significação para Itabaiana, por ter sido o primeiro a ser criado, construído e instalado em todo o interior do Estado da Paraiba.

O Grupo Escolar Padre Ibiapina, que funcionou por longo tempo no atual Colégio Dom Bosco, foi a primeira instituição em que lecionou a respeitada professora Severina Paes de Araújo, “Dona Nini”, nomeada, em 1948, pelo então Secretário de Educação, Dom Carlos Coelho.

O Padre José Antonio de Maria Ibiapina nasceu em Sobral, no Ceará, em 1806. Depois de se formar em Direito e ter sido Juiz e Deputado Federal, se ordena padre e passa a se dedicar exclusivamente à Igreja. Exerceu uma importante carreira missionária e por isso é considerado “o maior missionário do Nordeste”.  Morreu em 1883, aos 77 anos de idade.





quinta-feira, 19 de abril de 2012

Itabaiana e a Juventude de 1960.

                 Conjunto Arco-Iris:  Célia Albuquerque, Gracinha Dantas, Josete Trajano, Lourdinha Almeida,  
Rosa   Guerra e Margaret Bandeira.


Era a década de 1960, o mundo passava por importantes mudanças sociais. Nós brasileiros jovens da época  tivemos que  lutar para impor nossa personalidade  perante uma atual sociedade arcaica e preconceituosa em todos os aspectos, agregando a essa luta a  intolerância da Ditadura Militar de 31 de março de 1964, onde  maníacos ditadores obrigavam  todos os cidadãos  serem capachos patriotas de  um Pais traído. A juventude reagiu, muitos jovens  foram vitimas de torturas até morte, mas nunca recuaram até a retomada da democracia.

No âmbito social, os jovens deram inicio a sua liberação dos tabus morais,  começaram  enfrentando as intransigências dos pais que até então, nós , os filhos,  tínhamos que ser como eles desejavam  e não como gostaríamos de ser. Os conflitos eram fortes, muitos saíram de casa em busca do seu próprio caminho, outros de personalidade submissa se acomodaram  e ficaram a espera das mudanças que no futuro também vieram a usufruir.

Até então, nós homens tínhamos quer manter  nosso vestuário na forma padrão, ou seja, calça, camisa e sapatos sempre sociais, em cores claras ou escuras de tecidos lisos, predominava o  tecido tropical , o brim de algodão e o linho. O corte dos cabelos era padrão,  semelhante ao que hoje usa os jovens quando serve o exercito. Até as novidades que surgiam tinha que obedecer a esse  padrão , senão , não faria sucesso de vendas, bom exemplo disso foi o lançamento das camisas “volta ao mundo”. Para as mulheres, principalmente as jovens solteiras que simbolizava a pureza  e tinha que se manter virgem para o casamento,  as exigências eram bem maiores. O vestido nunca poderia ter decote que mostrasse o colo dos seios,  modelos com braços expostos acima do cotovelo nem pensar, as saias obrigatoriamente tinha que estar muito abaixo do joelho e bem largas, vestidos justo ao corpo e calças comprida era fora de cogitação.. A maquiagem tinha que ser bem discreta, batom vermelho nos lábios era uso exclusivo de prostitutas. Só era exagerado uma coisa,  os penteados, nunca vi  tanto cabelo armado e duro com o uso de uma mistura de breu com álcool. Tive namorada que até lã de aço usava embutido nos cabelos para armar o penteado. 

Durante a década de 1960, as manifestações dos jovens, principalmente no mundo ocidental, através dos grupos musicais  e de  seus  grandes eventos,  dos  hippies, dos estudantes em luta por seus direitos democráticos , principalmente aqui no Brasil em decorrência da Ditadura Militar, acendeu a chama da coragem da juventude em enfrentar com dignidade todas as opressões dos tabus sociais e impor sua própria personalidade.

Diante desse contexto, nós homens demos inicio ao uso de cabelos longos,  da calça LEE ( atual Jeans),  tão censurada , proibida e criticada  pela moralidade da época, a  bermuda e a  camisa colorida surgiram, as calças sociais eram justa  do joelho para cima e se alargavam  para baixo, tornado-se  conhecida como boca de sino, os sapatos  sobem em saltos e são chamados de cavalo de aço. Na outra ponta as mulheres entram com tudo que tem direito,  lançam a mini-saia cujo cumprimento  ficava  um palmo acima do joelho, usam  também a calça LEE  com camisetas sem mangas,os decotes dos vestidos ficam cada vez mais provocantes , exploram a maquiagem e se libertam para escolher o homem com quem deseja casar. 

Eu vivi essa década  na minha saudosa Itabaiana/PB, vi e participei de tudo isso, e guardo com muito orgulho  a lembrança de um grupo de corajosas jovens que enfrentaram os preconceitos  e a língua  das fofoqueiras  que viam malicia em tudo, criaram um conjunto musical instrumental /vocal  chamado  "Arco-Iris” , e com muito talento subiram  ao palco e abrilhantaram as festas da  cidade. Acredito que esse conjunto não fez registro oficial na época, mas tenho quase certeza que foi o único com formação totalmente feminina  daquela década  no Nordeste, e quem sabe até mais além.

Valeu Arco-Íris, dancei  com a suavidade do seu som no Itabaiana Clube.

Orlando Araujo



Rita de Cássia Gomes deixou um  comentário sobre a  postagem "Itabaiana e a Juventude de 1960.":


Orlando Araújo, para mim meu amigo Lando (rs). Descreveu essa época de uma forma que me fez retrosceder no tempo e voltar de uma maneira intensa, aos melhores anos da minha vida. Conjunto Arco-Íris, minhas amigas, em especial uma, que eu acompanhei toda sua trajetória feliz e do sofrimento, ocasionado pela maldita doença que a fez sofrer o que não merecia, por ser a douçura que era. Amiga Rosa, te vi vibrando de alegria com o coroamento.do teu imenso amor por Erix Amorim (Nêgo), que já foi te encontrar no infinito, com a chegada da tua única filha Elsie Ellen. Mas também te vi, te consumindo de dores num leito de hospital. Jamais me esqueço o teu pedido a mim, numa das vezes que estava contigo no hospital. Era o 1º dia de aula dela e me pedistes que fosse até a tua casa a preparasse com a fardinha e a trouxesse ao hospital para que pudesses vê-la. O fiz, mas ficou gravado na minha alma, aquele momento. Como chorei! Presto hoje a minha homenagem expressada na minha saudade! Que estejas tocando nos ceus ao lado de anjos iguais a ti. 

 Bernadete Vieira da Rocha deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Itabaiana e a Juventude de 1960.":

Que saudades das amigas do "Arco Iris", das festas de Itabaiana e dos belos momentos que viví nessa cidade encantadora!








domingo, 8 de abril de 2012

Ivan Bezerra. O Decano da Crônica Esportiva Paraibana.



 Ivan Bezerra, O Decano da Crônica Esportiva Paraibana

 Por Quelyno Souza:

 
No centro da capital, precisamente na sede da Federal Paraibana de Futebol, aguardo a vinda do radialista Ivan Bezerra, que não demora e chega cumprimentando a todos, em seguida, vai até o quadro de avisos e checa, um por um, depois se dirige ao Departamento Técnico da entidade em busca de novidades.

Filho de um mascate com uma professora, sonhava ser músico da Orquestra Tabajara. O que conseguiu foi ser o segundo clarinetista da banda local; funcionário público aposentado do DENIT é comentarista esportivo da rádio Tabajara. Ivan Bezerra de Albuquerque, 76 anos, nasceu em Itabaiana, interior paraibano, casado com Maria Dulce, pai de sete filhos: Ivan Júnior, Ivanaldo, Ivanildo, Ivando, Ivana, Ana Maria e Maria Ivone, e avô de oito netos.
Com quatro anos de idade, foi levado por sua mãe até a capital para fazer tratamento do olho direito, sendo examinado pelo Dr. Seixas Maia, para surpresa da família, Ivan Bezerra possuía um tumor interno no globo ocular, sendo em seguida submetido a uma cirurgia, diante do estado avançado acabou perdendo um olho. Em 1998 Ivan Bezerra foi novamente operado, desta vez para aplicação de quatro pontes de safena.

Torcedor do Santos Futebol Clube do saudoso Tereré, e do Clube de Regatas Flamengo, Ivan Bezerra foi árbitro de futebol de salão da Federação Atlética Paraibana, chegando a fazer parte do quadro de arbitragem da CBD - Confederação Brasileira de Desportos.
 
Em 1952, era participante assíduo da roda de bate-papo no Ponto de Cem Reis, onde se destacava com seus comentários abalizados; Ivan Bezerra foi apresentado por Arnaldo Júnior a Otinaldo Lourenço, que lhe convidou para ingressar na rádio Arapuan como noticiarista, tempo depois pelos braços de Clóvis Bezerra entrou na rádio Tabajara, onde se firmou definitivamente como comentarista esportivo. Trabalhou ainda na rádio Correio, Sanhauá, FM 103 O Norte, e jornais impressos: A União, Tribuna do Povo e Correio da Paraíba.
 
Sócio fundador da ACEP - Associação dos Cronistas Esportivos da Paraíba, o radialista Ivan Bezerra faz parte de todas as diretorias desde a fundação, sendo presidente da entidade por dois mandatos, hoje é membro do Conselho Superior da entidade, homenageado pelos companheiros da ACEP, o estádio de futebol da agremiação leva o seu nome.
Homem de conhecimento notável, Ivan Bezerra gosta de compartilhar as glórias com os amigos, tem consideração com todos, e nos seus comentários faz questão de preservar a parcialidade.

Conquistou mais de 100 prêmios, inclusive recebendo os títulos de cidadão Pirariense, Pessoense e Cabedelense. Ivan Bezerra joga Biriba (carteado) desde 1964, entre seus companheiros está o Desembargador Emilio de Farias, Chico Bala e o casal Assis e Alice. Ele faz questão de afirmar, que durante a prática do carteado não existe consumo de cigarro, bebida alcoólica, nem tampouco se joga apostado, o jogo serve apenas de lazer para todos.

Considerado o melhor comentarista esportivo da Paraíba, o "Campeão de Audiência", como é carinhosamente chamado. Para Ivan Bezerra, um momento que marcou a sua carreira foi ter participado em 1990, com os radialistas Adamastor Chaves e Paulo Costa, da transmissão do jogo dos 50 anos de Pelé, fato ocorrido no estádio Giuseppe Meazza, na cidade de Milão na Itália.

"Um ser humano como outro qualquer que procura viver até quando Deus quiser, procurando sempre fazer amigos, tenho a minha opinião e respeito à de todos", confidenciou Ivan Bezerra. 



 Autorização do Autor:
Caro editor:
 
Não é mentira minha
A melhor entidade ativa
Na cidade de Itabaiana
É a Associação Cultural Memória Viva

Foi uma honra entrevistar o cronista esportivo Ivan Bezerra para a revista "A Paraíba é Noticia". Autorizo, e ficarei imensamente grato pela publicação da crônica no seu conceituado blog.
O meu cordial abraço,

Quelyno Souza