domingo, 26 de fevereiro de 2017

Domingo de Carnaval. Itabaiana antiga.



Boa recordação guardo desse dia, já fiz comentários sobre o carnaval de rua, dos desfiles dos blocos e escolas de samba e do corso, agora vou rememorar o glamour dos bailes carnavalescos do inesquecível Itabaiana Clube.

Já no sábado, era promovida a abertura dos bailes carnavalescos do período que se estenderia até a terça-feira.

Entre os quatros dias dois merecem destaques, o domingo porque todo glamour se concentrava nesse dia, e a terça-feira por ser a despedida do carnaval. O domingo era o auge do glamour, desfiles e concursos de fantasias eram realizados, as dependências do clube tornava-se pequena para comportar a quantidade de foliões da cidade e de visitantes.

Na área externa do Itabaiana Clube a concentração de pessoas ( sereno) era enorme para assistir e aplaudir a entrada dos grupos fantasiados. As janelas do clube que sempre chamei de camarotes públicos eram disputadíssimas, logo cedo da noite muita gente já nelas se fixavam para ter visão privilegiada do interior do clube.

As fantasias a serem apresentadas era como se chama “segredo de estado”, ninguém tomava conhecimento somente o grupo e a costureira tinha que se comprometer em guardar segredo absoluto.
Os grupos tinham varias formações, masculinos, femininos, mistos e de casados, e julgados de forma segregada. Emocionava a euforia e os aplausos do publico externo e interno quando da chegada dos blocos. A concentração se realizava na parte externa, o bloco entrava compacto e completo, fazendo evoluções de acordo com a fantasia apresentada, circulando pelo salão que para esse momento era esvaziado para as evoluções.Era eloquente os aplausos do publico externo quando da entrada dos blocos.

O destaque da terça feira é porque o final dos festejos carnavalesco era com o sol raiando, a orquestra descendo do palco, saindo do clube e tomando a rua e os foliões atrás frevando e cantando a eterna marchinha da quarta feira ingrata.

Vale relembrar, também, as belas ornamentações do clube, as chuvas de confetes e entrelace de serpentinas no salão e, o perfume das lanças perfumes que o cavalheiros banhavam as damas, bem como não posso deixar de citar as leves aspirações ou porre dessa lanças nos lencinhos dobrados.

E finalizando, o desgaste dava fome e nada melhor para aliviar do que os cachorros quentes de Zezinho, os bolinhos e doces de D. Erotildes, as guloseimas de D. Madalena e muitos outros que se estabeleciam em frente ao Clube para nos atender.

Guardo com muita emoção essas recordações .

Termino dizendo aos jovens o quanto é válido recordar o passado.


Orlando Araujo.

Orlando Araújo, artista plástico itabaianense.


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