segunda-feira, 8 de novembro de 2010

História. Coronel Nô Borges, o Coreto e a Revolução de 30

Coronel Nô Borges, o Coreto e a Revolução de 30

Manuel Pereira Borges ou Coronel Nô Borges, nasceu no Engenho Recreio, município de Pilar (PB), no dia 07.07.1868. Foi casado com Henriqueta Velloso Freire e com ela teve cinco filhos: Manuel Pereira Borges Filho, Daura Velloso Borges, Maria das Neves Velloso Borges, Henriquetta Velloso Borges e Primo Pereira Borges.

Transferiu-se de Pilar para Itabaiana, estabelecendo-se na Fazenda Mendonça, distrito de Mogeiro, até o ano de 1908, quando passou a residir na sede do referido distrito.

No ramo da pecuária, obteve grande progresso, caracterizando-se como grande proprietário de terras e criador de gado.

Na atividade industrial trouxe para Itabaiana uma das primeiras descaroçadeiras de algodão e transformou o Curtume Santo Antonio em grande exportador de couro tendo, inclusive, recebido medalhas de mérito no exterior.

Como político e homem público, foi Prefeito de Itabaiana por dois mandatos: de 1911 a 1915 e de 1933 a 1937. O segundo mandato foi interrompido por seu falecimento em 13.09.1937, aos 69 anos de idade.

 Dentre suas obras como prefeito, destaca-se a importação, em 1914, da Inglaterra, do magnífico coreto em ferro fundido, estilo art nouveau, a mais importante obra artística, histórica e cultural de Itabaiana. Transformando e embelezando o urbanismo da cidade, e particularmente, da Praça Manoel Joaquim de Araújo, o coreto foi palco de animadas retretas, e inflamados discursos em comícios políticos.

Um fato eleitoral típico do coronelismo ocorreu em 1930, sob a influência do Coronel Nô Borges. Por ocasião da candidatura do Sr. Júlio Prestes a Presidente da República, o Coronel, em entendimentos com Heráclito Cavalcante Carneiro Monteiro, magistrado e chefe político, realizou as eleições no distrito de Mogeiro, um dia antes do estabelecido. O Coronel. Nô Borges temia haver perseguições aos seus correligionários por tropas do então Presidente João Pessoa, assim acontecendo. Uma tropa com vinte soldados, comandada por um oficial, chegou ao Distrito e praticaram toda sorte de desmandos. No entanto o pleito já havia sido realizado, quando foi estabelecido que, à medida que fossem votando, os eleitores deixariam seus títulos. A eleição posteriormente foi reconhecida pelo Tribunal da Justiça.

Ainda durante a Revolução de 30, o Coronel Nô Borges, perrepista, foi muito perseguido pelo liberal Fernando Pessoa, que até então tinha sido seu amigo e frequentador assíduo de sua casa.  Fernando Pessoa era sobrinho do Presidente João Pessoa e prefeito de Itabaiana. O Coronel teve suas propriedades invadidas, saqueadas e incendiadas.

Fernando Pessoa denunciou irregularidades na Prefeitura de Itabaiana, quando da administração do Coronel. Foram enviados dois oficiais do Exército para apurar a denúncia, porém chegaram à conclusão que não havia irregularidades: ao contrário, parabenizaram o Coronel pela brilhante administração.

Associação Cultural Memória Viva



8 comentários:

  1. Ótimo blog, mas ficou faltando uma informação que é do meu conhecimento, o Coronel tinha mais 1 filho: Enock Pereira Borges..
    Mas adorei saber a história que no caso da minha família, no caso meu bizavô. ^^

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  2. Gostaria de saber se existe algum parentesco deste com Jocelyn Veloso Borges?

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  3. Sabemos que são da mesma família porém, no momento, ignoramos o grau de parentesco.

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  4. Será que é uma boa história onde teve tantas mortes como a do meu avô Milton borges

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  5. Bom dia como faco para saber se a minha familia tem origem dessa familia borges ? Minha mae nasceu em itabaina e si chama Edilene Batista Borges e seu pai rui borges hoje mora em cabedelo .obrigado erika borges

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    1. Iremos verificar com a família borges, se possível, nos envie seu e-mail que mandamos a resposta assim que soubermos.

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  6. Agora estou entendendo, esse lado politico da minha filha Thamara Maria de Medeiros Borges, o coronel Nô Borges era meu bisavô e esse gosto por politica está no sangue. Gostei muito dessa reportagem sobretudo, em saber que meu bisavô foi um homem íntegro. Sou filha de Milton Borges, filho de Manoel Pereira Borges filho.

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