sábado, 28 de janeiro de 2012

Memórias do carnaval itabaianense (IV )



Esta é a mais antiga foto de carnaval do acervo da Memória Viva. No final dos anos 20 do século XX, as foliãs e amigas  Luiza Guedes e Mariinha Santiago se fantasiaram de Dançarinas de Charleston para os bailes do Itabaiana Club.

Surgido na mesma década entre os negros dos Estados Unidos, o charleston atravessou fronteiras e veio a ser um dos ritmos tocados nos salões brasileiros. Nos bailes do Itabaiana Club o Maestro Nestor Santiago se encarregava de manter sua orquestra sempre atualizada com as inovações musicais. Compôs o fox-charleston A Cidade, em homenagem à primeira revista itabaianense e paraibana do mesmo nome, de Sabiniano Maia e Mário Campelo.

Luiza Guedes é irmã de Aniceto Guedes e de Adeilde Guedes, esposa de Adolfo Queiroz de Paula. Mariinha Santiago, pianista do Cinema Modelo de Francisco Sotter, é irmã do maestro e de Elisabeth Santiago Bandeira.

Um comentário:

  1. Muito interessante esta matéria sobre Memórias do carnaval itabaianense. É uma verdadeira viagem para o passado.
    Sobre a revista citada "A Cidade", gostaria de complementar que foi a primeira revista ilustrada publicada no interior da Paraíba. Como referido na matéria, Tal revista foi editada por Sabiniano Maia e pelo poeta Mario Campelo, sendo financiada por José Alves de Araújo Rego, pai de Sabiniano.
    A revista foi lançada em 13 de maio de 1928, com a seguinte nota editorial escrita por Sabiniano:
    " A Cidade
    Surge hoje pelas ruas de nossa Urbs uma revista.
    A primeira aqui apparecida. Novidade. Sensação.
    Itabayanna é uma grande e moderna cidade, de ruas largas, de jardins floridos e de praças elegantes.
    Há cinemas, retretas e jogos de foot-ball, frequentados por melindrosas e almofadinhas. Vae em tudo um borburinho, um mundo de phantasias.
    Itabayanna é uma menina de saias curtas e cabellos cortados.
    As cabelleiras demi-garsonne das árvores.
    É uma melindrosa que brinca nos salões o jogo das prendas, dá beliscões nos cinemas, faz o flirt nos jardins e o footing nas ruas.
    Há contudo um grande silencio e muita discreção.
    "A Cidade" será portanto a voz fina e educada de Itabayanna a dizer e gritar todas as suas peraltices.
    Perdoem-lhe as indiscreções.
    As melindrosas são sempre assim..."
    (Livro Itabaiana - 1976 - Sabiniano Maia)

    Recife, 28/01/2012.
    Antonio Aguiar.

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