Lindolfo Tomé Soares, conhecido como Dolfo, nasceu em 06.04.1921. Ainda jovem aprendeu o ofício da marcenaria quando trabalhou na oficina do mestre daquela arte, Luiz Martins de Carvalho. Depois da morte do professor, permaneceu fabricando móveis na companhia do seu irmão Índio.
Dividindo o seu tempo entre o trabalho e o futebol, Dolfo notabilizou-se, não apenas como um artífice esmerado, mas como um atleta amador exemplar, que brilhou como zagueiro do União Sport Club desde antes de 1947, ano do seu casamento com dona Margarida Bezerra Soares.
No União, foi parceiro do irmão Índio, Vaqueiro, Neco Mago, Aluísio Ventão, entre outros, e do jogador profissional do Náutico de Recife, o também itabaianense Luís Totô Santiago que, depois de anos, e já aposentado, quando vinha a Itabaiana tinha uma parada obrigatória para um bate-papo: a oficina dos amigos Dolfo e Índio, a quem dedicava um carinho todo especial.
Dolfo também vestiu a camisa do Botafogo Futebol Clube, time-irmão do União, cujas torcidas se juntavam, em sua voz, na barreira do Estádio Severino Paulino, para torcer contra o arquirrival Vila Nova.
Incansável amante do futebol, Dolfo ajudou a fundar o Vasco, junto com o esportista e carnavalesco Biu do Vasco.
Não só como atleta Dolfo contribuiu para o esporte itabaianense, mas durante anos participou da Diretoria do seu time do coração, nela permanecendo até a sua morte. Cidadão honesto, Dolfo foi procurado, certa vez, por espertos senhores que desejavam convencê-lo a vender o Estádio Severino Paulino, de propriedade do União, oferecendo-lhe certas vantagens. Diante de um célere “não”, os homens tomaram o seu carro e desapareceram.
Sua contribuição à cidade em que nasceu não se limitou, apenas, ao engrandecimento do esporte. Carnavalesco, Dolfo deixou o seu nome eternizado na maior festa popular. Segundo sua esposa Dona Margarida, ele fundou, com Euclides Miguel de Aguiar, conhecido como “Euclides da Caixa”, a primeira Escola de Samba de Itabaiana, a Imperadores do Samba, agremiação a que se juntaram, na luta pela sua continuidade, os seus amigos Arnaud Costa, Zequinha Bandeira, Ronaldo Brão, Zé Batista e outros foliões. Quando a Escola saía nas ruas, se via seu irmão Bola tocando cuíca na última fila.
Lindolfo Tomé Soares faleceu em 06.06.2011, aos 81 anos, deixando marcada a sua indiscutível contribuição para o esporte e para as festas populares, exemplo a ser seguido pelas novas gerações.
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