domingo, 19 de janeiro de 2014

Lendas itabaianenses. A Lagoa do Aruá e a Cruz do Deserto

A antiga Lagoa do Aruá
  Histórias e lendas permeiam o imaginário dos itabaianenses sobre fatos supostamente ocorridos na antiga Fazenda Onça do Dr. João da Costa Pessoa, conhecido como Cel. João Nunes.


A Lagoa do Aruá - A famigerada Lagoa do Aruá era um viveiro do crustáceo chamado aruá, que vive em água doce ou em alagados. Para alguns é um bicho asqueroso; dizem, porém, que servia de alimento aos agricultores.

Certa vez uma senhora idosa pescava o pequeno molusco e foi morta a tiros de espingarda por empregado da fazenda. Falam que por engano. Dizem que a pesca era proibida naquela lagoa.

Desde então, há dezenas de anos, a Lagoa do Aruá, que antes era uma fonte inesgotável de água, perdeu a sua fecundidade até os dias de hoje. Quando o inverno vem, as águas enchem a lagoa e, inexplicavelmente, desaparecem como por encanto.



A Cruz do Deserto – A Cruz do Deserto existiu, é verdade, porém o motivo pelo qual foi construída é, no mínimo, arrepiante.

Um vaqueiro sempre que passava perto da mais frondosa mangueira da fazenda, coisas estranhas aconteciam. Um vento forte assobiava e açoitava as folhas da fruteira. O cavalo, assustado, relinchava e levantava as patas.

 Um dia, já com as sombras do entardecer, o trabalhador passava pelo mesmo local e mais uma vez o vento soprou e o cavalo soltou um relincho estridente. De repente o vaqueiro viu um vulto de homem que lhe pediu: 
-  Para que eu tenha paz, peço que seja erguida uma capela neste lugar.

E assim foi feito. Uma pequena casinha com uma cruz foi construída pelo fazendeiro e o fantasma não mais apareceu ao trabalhador. Milagres foram atribuídos àquele oratório e muitos crentes iam lá para rezar e depositar seus ex-votos.

A parte do imóvel rural onde estava erguida a capelinha foi vendida. O novo proprietário da terra mandou destruir a pequena capela tida como sagrada.



Um comentário:

  1. Parabéns pela matéria! Essas lendas, que povoaram a minha mente de criança, as quais, já havia esquecido, voltaram muito nítidas, hoje me faz rir, o que me me metia tanto medo, naquela tenra idade! Obrigada, por fazer-nos recordar! Isso é muito bom! Continue sempre nos deleitando com os seus escritos. Abraços. Rita de Cássia.

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