domingo, 26 de janeiro de 2014

João Policarpo. O canoeiro do Rio Paraiba.




Quando a grande cheia do Rio Paraíba levou a ponte de Itabaiana(PB) em 1924, também a ponte metálica da via férrea foi danificada em uma de suas bases por um grande tronco de árvore trazido pelas águas.  

A  vila de Guarita  e  Campo Grande, localizados na margem esquerda do rio ficariam isolados, portanto, se não fosse o trabalho de João Policarpo,  homem simples, pescador, morador do Porto da Canoa na mesma vila.  

Herdeiro de uma canoa de quatro remos que foi do seu pai, Policarpo, vendo a necessidade do povo daquela região ribeirinha, deixou de lado sua profissão de pescador e colocou a sua embarcação como meio de transporte.

Foram cerca de vinte anos até que a ponte de Itabaiana fosse reconstruída. Durante todo esse tempo o canoeiro foi o único responsável pela travessia do Rio Paraíba, prestando um importante serviço àquelas comunidades. Transportou fumo de rolo, charque, farinha, açúcar, rapadura e toda sorte de gêneros alimentícios. Em sua canoa viajaram passageiros para compras e negócios em Itabaiana, padres para dar a unção dos enfermos aos moribundos da vila, crianças que iam à escola, noivas para se casarem na Matriz e até defuntos à sua última morada.


O respeitável canoeiro nasceu em 1890 e viveu 108 anos.

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