Quando a grande cheia do Rio Paraíba levou a ponte de
Itabaiana(PB) em 1924, também a ponte metálica da via férrea foi danificada em
uma de suas bases por um grande tronco de árvore trazido pelas águas.
A vila de Guarita e Campo Grande, localizados na margem esquerda
do rio ficariam isolados, portanto, se não fosse o trabalho de João Policarpo, homem simples, pescador, morador do Porto da
Canoa na mesma vila.
Herdeiro de uma canoa de quatro remos que foi do seu pai,
Policarpo, vendo a necessidade do povo daquela região ribeirinha, deixou de lado
sua profissão de pescador e colocou a sua embarcação como meio de transporte.
Foram cerca de vinte anos até que a ponte de Itabaiana fosse
reconstruída. Durante todo esse tempo o canoeiro foi o único responsável pela
travessia do Rio Paraíba, prestando um importante serviço àquelas comunidades.
Transportou fumo de rolo, charque, farinha, açúcar, rapadura e toda sorte de gêneros
alimentícios. Em sua canoa viajaram passageiros para compras e negócios em
Itabaiana, padres para dar a unção dos enfermos aos moribundos da vila, crianças
que iam à escola, noivas para se casarem na Matriz e até defuntos à sua última
morada.
O respeitável canoeiro nasceu em 1890 e viveu 108 anos.
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