Essa matéria bateu forte em mim. Nesse trem eu tenho muita
historia , eis porque!
Sou filho biológico de Manoel Pereira de Araujo, que foi
chefe da estação de Itabaiana por dois períodos. Nasci na casa da estação, (
hoje um hotel), passei minha infância correndo na plataforma da estação,
aprendi até telegrafia, a internet da época..
Quando garoto vendi aos passageiros, pirulito, cocada e água
de quartinha, não a esse trem, porque partia muito cedo e chegava muito tarde,
mas aos outros que faziam baldeação na estação de Itabaiana com destino a
Fortaleza, Natal, João Pessoa e Recife.
No trem referenciado viajei muito, porque quando meu pai foi
transferido fiquei morando em Itabaiana, na minha inesquecível “Boca da Mata”,
mas quando em período de férias ia e voltava para casa do meu pai , nele. Todo
seu trajeto até hoje recordo inteiro e complemento o restante das estações até
o Recife , após Carpina, seguia: “Paudalho, São Severino dos Ramos, Piracirica,
Tiuma, São Lourenço da Mata, Camaragibe, Coqueiral, Tigipió, Edgar Werneck,
Ipiranga e finalmente Recife.
Quando deixei Itabaiana para estudar aqui em Recife, esse
trem e os demais foram minhas argolas de sustentação para aos pouco ir me
adaptando e aceitando o fato de ter que deixar Itabaiana, usei-os até suas
ultimas viagens, porque como filho de ferroviário tinha passe livre para
viajar.
Que saudade.
Orlando Araujo.
Vi fazendo retreta no coreto
ResponderExcluirVi o Frei Damião fazer sermão
Vi o trem passageiro fumaçando
Todo dia era festa na estação
No Domingo era uma coisa linda
Água doce na quartinha era vendida
Itabaiana jamais és esquecida
És a pedra que dança em minha vida.
Orlando Otávio