Boa recordação guardo desse dia, já fiz comentários sobre o
carnaval de rua, dos desfiles dos blocos e escolas de samba e do corso, agora
vou rememorar o glamour dos bailes carnavalescos do inesquecível Itabaiana
Clube.
Já no sábado, era promovida a abertura dos bailes
carnavalescos do período que se estenderia até a terça-feira.
Entre os quatros dias dois merecem destaques, o domingo
porque todo glamour se concentrava nesse dia, e a terça-feira por ser a
despedida do carnaval. O domingo era o auge do glamour, desfiles e concursos de
fantasias eram realizados, as dependências do clube tornava-se pequena para
comportar a quantidade de foliões da cidade e de visitantes.
Na área externa do Itabaiana Clube a concentração de pessoas
( sereno) era enorme para assistir e aplaudir a entrada dos grupos fantasiados.
As janelas do clube que sempre chamei de camarotes públicos eram
disputadíssimas, logo cedo da noite muita gente já nelas se fixavam para ter
visão privilegiada do interior do clube.
As fantasias a serem apresentadas era como se chama “segredo
de estado”, ninguém tomava conhecimento somente o grupo e a costureira tinha
que se comprometer em guardar segredo absoluto.
Os grupos tinham varias formações, masculinos, femininos,
mistos e de casados, e julgados de forma segregada. Emocionava a euforia e os aplausos do publico externo e
interno quando da chegada dos blocos. A concentração se realizava na parte externa, o bloco
entrava compacto e completo, fazendo evoluções de acordo com a fantasia
apresentada, circulando pelo salão que para esse momento era esvaziado para as
evoluções.Era eloquente os aplausos do publico externo quando da entrada dos
blocos.
O destaque da terça feira é porque o final dos festejos
carnavalesco era com o sol raiando, a orquestra descendo do palco, saindo do
clube e tomando a rua e os foliões atrás frevando e cantando a eterna marchinha
da quarta feira ingrata.
Vale relembrar, também, as belas ornamentações do clube, as
chuvas de confetes e entrelace de serpentinas no salão e, o perfume das lanças
perfumes que o cavalheiros banhavam as damas, bem como não posso deixar de citar
as leves aspirações ou porre dessa lanças nos lencinhos dobrados.
E finalizando, o desgaste dava fome e nada melhor para
aliviar do que os cachorros quentes de Zezinho, os bolinhos e doces de D.
Erotildes, as guloseimas de D. Madalena e muitos outros que se estabeleciam em
frente ao Clube para nos atender.
Guardo com muita emoção essas recordações .
Termino dizendo aos jovens o quanto é válido recordar o
passado.
Orlando Araujo.
Orlando Araújo, artista plástico itabaianense.
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