* 29.03.1904 - Itabaiana (PB)
+ 12.02.1965 - Rio de Janeiro RJ)
A cacimba
Tá vendo aquela cacimba
lá na bêra do riacho,
im riba da ribanceira,
qui fica, assim, pru dibáxo
de um pé de tamarinêra.
Pois, um magóte de môça
quage toda manhanzinha,
foima, assim, aquela tuia,
na bêra da cacimbinha
prá tumar banho de cuia.
Eu não sei pru quê razão,
as águas dessa nacente,
as águas que ali se vê,
tem um gosto diferente
das cacimbas de bêbê...
As águas da
cacimbinha
tem um gôsto
mais mió.
Nem sargada,
nem insôça...
Tem um
gostim do suó
do suvaco
déssas môça...
Quando eu
vejo éssa cacimba,
qui inspio a
minha cara
e a cara
torno a inspiá,
naquelas
águas quiláras,
Pego logo a
desejá...
... Desejo,
prá quê negá?
Desejo ser
um caçote,
cum dois óio
dêsse tamanho
Prá ver
aquele magóte
de môça
tumando banho!
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