sexta-feira, 30 de março de 2012

Soneto aos Tempos do Caramanchão


Os ventos da minha infância
Cheiravam a terra agrestina
A Rainha nesses tempos
Tinha os traços de menina

Menina de aroma ao vento
Fazia exalar os ares
Vinha do caramanchão
Que enfeitava a cidade

Com seus ramos bem floridos
De suas lindas plumagens
Trepados nos seus pilares

Hoje dá muitas saudades
Quando virão novas flores
Pra perfumar este vale?

Do poeta itabaianense Orlando Otávio.

3 comentários:

  1. Os canteiros cheios de flores foram substituídos por cimento e pedras, e aqueles maravilhosos ipês que faziam as vezes de pórtico de entrada para o jardim que cobriam o chão com o ouro de suas flores? ainda existem ? o foram derrubados pela sanha dos reformadores de jardins? Quanta saudade do tempo que passeava por este jardim, era feliz e não sabia.

    ResponderExcluir
  2. Não rimei neste soneto
    Onde deveria rimar
    Eu só quis bater no peito
    por nossos béns de degredar.

    Realmente muito lindo era o nosso Caramanchão.

    Parabéns Luciano.

    Orlando Otavio

    ResponderExcluir
  3. Orlando, parabéns pelo soneto, sobre ele expresso meu pensamento assim:

    Flores é natureza.
    Natureza é um entendimento cultural.
    O homem moderno se julga cada vez mais inteligente, tanto que vem desafiando até o Criador.
    O Criador nos forneceu três elementos fundamental a vida, “água” “ terra” e “ar”
    Da combinação desses elementos, surgiu a “ Fauna e a Flora”, e conseqüentemente a vida humana. Tudo em perfeito equilíbrio.
    O homem, no engano do sentido ou da inteligência, ou mesmo da completa ignorância, tenta desequilibrar a potencialidade de cada um dos elementos, e se acha com o poder de manter a vida humana incólume. Que pretensão!
    O Planeta já manifesta o desagrado, mas o homem se acha certo e prevalece com a rigidez da observância dos seus princípios.
    Se assim é;
    Uma das partes será exterminada e, com certeza não será o planeta.
    Pra não dizer que não falei de flores e caramanchão, termino com um verso da musica de Geraldo Vandré que mostra o poder das flores::
    Pelos campos há fome
    Em grandes plantações
    Pelas ruas marchando
    Indecisos cordões
    Ainda fazem da flor
    Seu mais forte refrão
    E acreditam nas flores
    Vencendo o canhão
    Como muitos itabaianense tive o privilégio de ainda ver Itabaiana com caramanchão coberto de acácias coloridas, praças com frondosas arvores e flores, e minha inesquecível Rua Grande arborizada em toda sua extensão.
    Orlando Araujo.

    ResponderExcluir