A tradicional feira de Itabaiana nas terças-feiras já existia desde o século XIX, quando do apogeu da feira de gado e, no mesmo dia da semana, continuou até hoje. Feira grande e movimentada por nativos e visitantes das cidades circunvizinhas, perdurava até as 16 horas. Nela vendia-se de tudo: carne, peixe, frutas, legumes, inhame,batata e macaxeira. Sapatos, bijuterias e roupas. De madeira, mesas, petisqueiros, tamboretes, porta-toalhas, porta-escovas. Nos bancos de mangaios, ratoeiras, pilões, vassouras, arreios, candeeiros, “balinheiras”.
Nas terças de carnaval dos anos 1950, tudo acontecia diferente. Comprava-se muito pouco. Os feirantes voltavam cedo para suas cidades e sítios com as sobras de suas mercadorias. Uma energia carnavalesca circulava por toda a feira. Era a terça do mela-mela.
Cidadão calmo e caseiro, o Dr. Odon de Sá era folião dessas terças-feiras. Pela manhã logo cedo saía de Guarita com Dona Dolores e uma munição completa de talco, trigo ou amido de milho debaixo do braço. Chegava à casa de Zé Bandeira e dizia:
- Bandeira, tenho um assunto sério para falar com você.
Já sabendo do que se tratava, Zé Bandeira se escondia do amigo, mas acabava participando da brincadeira. De lá iam para a feira e o mela-mela continuava na padaria de Zé Mário, na Casa Almeida do Sr. Antonio Ameida, e nas lojas de outros amigos.
Assim se divertiu o Doutor Odon no carnaval por muitos anos. Nas terças-feiras do mela-mela.
Assim se divertiu o Doutor Odon no carnaval por muitos anos. Nas terças-feiras do mela-mela.
Dessa forma a feira terminava. Com todos, que por ela passavam, sujos de trigo e cheirosos aos talcos Regina, Alfazema ou Eucalol.
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